O Jogo

Fernando Santos:

“Cada vez tenho mais dúvidas…”

- Textos RUI FERREIRA

A fazer contas aos 23 que levará ao Mundial da Rússia, o selecionad­or nacional ficou com muito que pensar. O jogo solidário pelas vítimas dos incêndios que assolaram a região beirã foi um bom teste A revolução feita por Fernando Santos na convocatór­ia da Seleção Nacional conheceu alguns heróis no particular de ontem com a Arábia Saudita, teste que terá sido decisivo para algumas das novidades apresentad­as no Fontelo, à imagem do que sucedeu na hora de escolher os convocados para França, depois dos particular­es com a Rússia e o Luxemburgo. Gonçalo Guedes e Manuel Fernandes foram os que mais se destacaram entre as novidades e o avançado do Valência, que não conseguiu integrar o grupo que se sagraria campeão europeu em 2016, em França, foi mesmo o que mais brilhou ao fazer um golo e uma assistênci­a – em Espanha, segue no segundo lugar do ranking de assistênci­as, atrás de Sisto -, mostrando ao técnico nacional que pode contar com ele para o Mundial da Rússia, marcado para junho e julho do próximo ano. Também Manuel Fernandes, que há cinco anos e meio não vestia a camisola de Portugal, provou estar num excelente momento de forma. Marcou um golo, mas, mais do que isso, encheu o meio-campo, à imagem do que tem feito ao serviço dos russos do Lokomotiv, pelos quais já leva cinco golos e outras tantas assistênci­as, além do hat trick mais rápido de sempre na Liga Europa. A dupla foi a que mais sobressaiu numa partida que teve Kévin Rodrigues – um dos quatro estreantes de ontem, com Edgar Ié, Bruno Fernandes e Bruma – como titular na esquerda da defesa. O defesa da Real Sociedad estava nas cogitações da federação francesa, tal como Ricardo Ferreira, do Braga, está nas do Canadá, e pôde estrear-se com a camisola da seleção principal de Portugal. No início notaram-se-lhe algumas dificuldad­es, mas depois desinibiu-se e embalou para uma exibição que agradou aos adeptos.

Frente a um adversário que marcará igualmente presença no Mundial, a Seleção Nacional sentiu algumas dificuldad­es no primeiro tempo para ultrapassa­r o 5x4x1 com que os sauditas se defendiam. André Silva jogava como elemento mais adiantado, enquanto Gonçalo Guedes, Bernardo Silva e João Mário iam trocando nas alas, tentando esticar a linha mais recuada, e Manuel Fernandes surgia nas costas do quarteto. Foi num desses lances, iniciado com uma excelente abertura de Danilo para Gonçalo Guedes, antes da assistênci­a deste para o remate imparável de Manuel Fernandes, que a muralha da Arábia Saudita caiu.

Até ao final dos primeiros 45 minutos, Portugal dispôs de mais uma mão-cheia de oportunida­des para ampliar, mas deparou-se com um guardarede­s inspirado e uma floresta de jogadores amontoados perto da área que iam parando os muitos remates disparados.

A entrada de Ricardo Pereira, ao intervalo, e a de Bruno Fernandes, dez minutos depois, ajudaram a Seleção a crescer no jogo perante um oponente que apresentav­a algum desgaste físico e foi abrindo brechas. Gonçalo Guedes teve o prémio merecido após passe de Ricardo Pereira, finalizand­o de primeira, à matador, e depois disso Portugal abafou os sauditas, como fica comprovado pelos 26 remates, 11 dos quais enquadrado­s com a baliza e que teriam um desfecho, já com mais três estreantes em campo – Edgar Ié, Bruno Fernandes e Bruma –, nos momentos finais do jogo, quando João Mário selou o resultado com um tiro de fora da área.

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