O Jogo

ONDA COLORIDA FEZ ESQUECER O NEGRO

Era difícil encontrar um adepto que não tivesse sido afetado pelos incêndios de 15 de outubro. Mas ontem foi um dia de festa

-

O cenário nos arredores de Viseu ainda impression­a, mas o dia de ontem serviu para dar um impulso à reconstruç­ão da normalidad­e. As famílias vieram em peso e a festa começou ainda antes dos golos

As imagens de destruição que invadiram as televisões há quase um mês impression­avam, mas percorrer o caminho em direção a Viseu causa outro impacto, que se resume a uma palavra: negro. A tragédia dos incêndios devolveu a Seleção à cidade beirã, 11 anos depois, e a população aderiu: apenas 22 dos 6800 lugares do Municipal do Fontelo ficaram por preencher.

Nas imediações do estádio viam-se muitas famílias... com mais ou menos gosto pelo futebol. Ana Cruz, de 21 anos, trouxe o pai, que “não gosta nada de futebol”, pela primeira vez a um estádio. Afinal, havia algo mais importante por trás. “Nos incêndios, apanhei um grande susto no IP3. Tinha chamas por todo o lado”, lembra. Quando falámos com outras pessoas, diziam que era difícil encontrar um viseense que, pelo menos, não conhecesse alguém que tivesse sido afetado pela tragédia.

No estádio, foram 90 minutos de festa. Dezenas de jovens e dois bombeiros seguravam uma bandeira enorme de Portugal, aquando da entrada das equipas e, ainda os campeões europeus não tinham marcado e já havia “holas” mexicanas nas bancadas. Depois de os pedidos de “só mais um” terem sido correspond­idos com o 3-0, houve alguns felizardos que tiveram direito a levar para casa uma camisola. André Silva foi particular­mente requisitad­o.

 ??  ?? Festa nas bancadas começou antes do apito inicial da partida. E não parou!
Festa nas bancadas começou antes do apito inicial da partida. E não parou!

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal