Fernando Santos “Treinámos duas vezes e querem que corra tudo bem...”
Selecionador nacional reconheceu que o rendimento coletivo perante os Estados Unidos esteve longe de ser brilhante devido à falta de rotinas entre os jogadores utilizados
Fernando Santos apontou a incapacidade de a equipa ter a bola, especialmente na primeira parte, como o fator mais negativo. Negou ter ficado dececionado com os jogadores
O selecionador nacional olhou com naturalidade para o empate com os Estados Unidos, reconhecendo que o pouco entrosamento entre os jogadores acabou por influenciar o rendimento da equipa. “Há sempre coisas positivas e outras menos positivas. Negativo foi a incapacidade de a equipa ter a bola perante um adversário agressivo, com capacidade de antecipação e sempre pressionante. Principalmente na primeira parte, a equipa perdeu muitas vezes a bola e jogou um bocadinho à pressa. Coloquei três jogadores mais móveis na frente, para nos dar variedade, mas para isso é preciso ter bola; e aí não estivemos tão bem. Sofremos um golo e depois tivemos felicidade no empate. Os Estados Unidos criaram-nos alguns problemas, numa primeira parte com grau de dificuldade elevado”, analisou Fernando Santos acerca dos primeiros 45 minutos, detetando melhorias após o intervalo. “Passámos a circular melhor a bola, mas sem a fluidez normal. Nunca foi um jogo totalmente dominado por nós, apesar de termos mais bola”, reconheceu.
Apesar dos jogadores observados, Fernando Santos deu a entender que as escolhas finais para o Mundial não fugirão muito aos nomes habituais. “O pouco tempo de trabalho na Seleção obriga o treinador a ter uma equipa mais coesa, que esteja junta há mais tempo, é normal”, afirmou, sublinhando que perante os Estados Unidos era difícil fazer melhor com pouco tempo de trabalho. “Não temos um mês de treino. Normalmente, e eu já fui treinador de clubes, a crítica diz que os primeiros jogos são difíceis e que são necessários um ou dois meses para os jogadores se encontrarem e terem equilíbrios. Nós treinámos duas vezes e já querem que corra tudo muito bem... não é possível. Não podemos ficar todos entusiasmados quando ganhamos, como não podemos ficar tristes quando não ganhamos. Os jogadores não estavam a fazer nenhum teste. Foi um jogo importante, mas para mim o que se vê no treino é tão importante como o jogo.”
Negando ter ficado dececionado com os jogadores que chamou, Fernando Santos reconheceu que terá de deixar de fora elementos com qualidade.“Énormal,soutreinador para isso. Estes jogadores estiveram aqui, porque acredito que podem fazer parte deste lote; aliás, já faziam parte”, disse, sem valorizar o número de atletas que estreou na Seleção. “Nem sei se são 30 ou 31, não ligo a essas coisas. Não estou aqui a bater recordes de estreias, caso contrário teria metido também o José Sá.”