EM PAZ ATÉ À PRIMAVERA
Portugal ganhou bem, embora ainda não tenha sacudido a tendência para se adiantar no marcador e regredir. Teve o 3-0 à mercê, mas falhou o penálti e a Suíça aproveitou
Ainda não foi o jogo perfeito, mas teve o essencial, a vitória que permite encarar com sossego a longa pausa até voltar a jogar-se o Grupo 8 de apuramento para o Europeu, em março
Uma hesitação aqui, uma boa jogada acolá e um deserto de ideias na segunda parte resumem a vitória dos sub-21 sobre a Suíça, resultado que, à boleia do nulo da Roménia no País de Gales, fez Portugal encurtar para cinco pontos (com menos dois jogos) a distância para o líder. O selecionador deu o primeiro tónico à equipa debilitada na autoconfiança, ao manter o onze que empatou na Roménia e esta respondeu com um golo: Pedro Delgado, na esquerda, cruzou ao segundo poste, onde Diogo Gonçalves atirou de primeira para o 1-0. As bancadas aqueceram as mãos e ficaram à espera de mais. Uma arrancada de Ulisses Garcia refreou a expectativa. Houvequesuportar ainda um par de investidas de Oberlin, antes de Diogo Jota, a jogar em casa, conquistar os aplausos do 2-0. Delgado colocou a bola na direita, onde Diogo Gonçalves assistiu o atacante do Wolverhampton. Os suíços voltaram a carregar e, na resposta portuguesa, em mais um lance desenhado com uma simplicidade bonita de ver, Jota foi agarrado na área por Hefti (devia ter sido expulso) e o estádio preparou-se para o golo da tranquilidade esse predicado estranho aos sub-21, como se constatou no remate de João Carvalho, para fora. Era o sinal para a Suíça explorar com todas as forças (e são bastantes) as debilidades que Portugal tem exposto no Grupo 8, escancaradas num cruzamento de Lotomba: Francisco Ferreira falhou o alívio e a bola foi ter com o remate forte de Ulisses Garcia, em cheio na autoconfiança da equipa que, na segunda parte, se apagou. Das mãos quentes ao frio desconfortável foram 45 minutos de passos certinhos, previsíveis, bem intencionados, mas insuficientes para alimentar a esperança de voltar a aquecer as mãos – a exceção foi Joel Pereira, que agarrou a vontade suíça de chegar ao empate. Por agora, chega de ansiedade.
“A espaços, temos qualidade de jogo, mas somos inconstantes. Continuamos a depender de nós. Perdemos cinco pontos e não queremos perder mais”
Rui Jorge
Selecionador dos sub-21 “A vitória era importante, porque já cedemos muitos pontos. Continuamos em jogo. Seleção A? Quem está nos sub-21 pode sempre ser chamado”
Diogo Jota
Avançado do Wolverhampton