Qualquer dia, o Guerra nem é do Benfica
A principal linha de defesa dos encarnados vai assentar na tese de que o Pedro Guerra fez tudo sozinho
N o caso dos emails, em que a cada cavadela sai minhoca, a defesa do Benfica foi evoluindo desde o primeiro momento em que tudo não passava de desespero do FCP com um assunto que não existia, para umas comunicações que estavam truncadas e uma violação de correspondência privada, até ao momento em que decidiram deixar cair o Guerra, porque ele não percebe do assunto, parece um “merceeiro” e, se calhar, nem é do Benfica. Podem apostar, se a justiça vier a provar que existiram aqueles ilícitos que os emails indiciam, a principal linha de defesa dos encarnados vai assentar na tese de que o Pedro Guerra fez tudo sozinho. Eu estou mesmo a ver, por exemplo, que os documentos da Federação Portuguesa de Futebol que o Horácio Piriquito enviava ao Pedro Guerra eram para uso exclusivo do ex-diretor de conteúdos da Benfica TV, para uma qualquer tese de mestrado que o sócio estivesse a preparar. Se querem falar de violação de documentação sigilosa, está aqui um bom pretexto. Na mesma linha de argumentação, o conteúdo do telemóvel de Fernando Gomes, do tempo em que foi presidente da Liga, e que foi parar às mãos do Guerra, também era para uso exclusivo do exfuncionário do Benfica. Aqui está outro bom pretexto para falar de violação de correspondência privada. O Pedro Guerra fez tudo tão sozinho e anda tão sozinho que já dá para começar a ter pena dele. Tantos emails, tantos amigos, tantos contactos, tanta linguagem cifrada, tantos padres, um primeiro-ministro e acaba sozinho. É injusto!