“A nossa aposta é na formação”
Júlio Vieira de Castro, candidato à presidência, a O JOGO
O candidato a presidente do Vitória faz uma avaliação negativa do segundo mandato de Júlio Mendes, defende a aposta na formação e diz ser crucial mais conhecimento sobre as operações de mercado
Uma candidatura das bases e das bancadas é como Júlio Vieira de Castro qualifica o movimento “Novo Vitória”. O que o leva a candidatarse a presidente do Vitória? —A situação atual do clube não nos agrada. Não vemos o Vitória com rumo e ambição para lutar pelos lugares que desejamos, no futebol e nas modalidades amadoras.
Tem falado em preparar a equipa para que possa lutar por um lugar de acesso à Champions. Como sustenta essa ambição? —Temos de lutar o dobro. O Vitória tem de organizar-se, profissionalizando os quadros ligados à estrutura do futebol, algo muito importante. É igualmente muito importante a aposta na formação e também conseguir-se manter a espinha dorsal da equipa ano apósano.Éfundamentalaproveitar o scouting. E definir atempadamente o planeamento e a estratégia. É preciso dinheiro, investidores... —É preciso dinheiro, mas é mais barato formar a nossa qualidade do que comprar jogadores feitos. Um dos nossos pilares é a formação. E é uma questão que não nos assusta, porque num passado recente já ficou demonstrado que a formação, sendo bem trabalhada, é uma das melhores do país e até da Europa. A necessidade de fazer uma equipa competitiva não vai asfixiar essa aposta? —A aposta na formação não invalida que não tenhamos de ir ao mercado. Temos a nossa formação e depois iremos buscar três, quatro ou cinco jogadores.
Tem investidores? —Temos pessoas nossa candidatura.
atentas Nacionais ou internacionais?
—De tudo um pouco.
Quer concretizar?
à —Neste momento é precoce projetar essa parte da sustentação financeira, porque não estamos em condições de igualdade com a atual Direção, isto é, não temos o conhecimento profundo da realidade do clube. Qual é a avaliação que faz dos mandatos de Júlio Mendes? —Posso considerar como bom o primeiro mandato. E foi tão bomquenãohouve opositores para o segundo mandato. Mas avaliamos este mandato de forma negativa. Entendemos que o Vi-
tória tem o projeto desportivo esgotado, porque, depois da conquista da Taça de Portugal, tinha tudo para se projetar no topo e não o conseguiu. Houve uma inflexão da estratégia. A equipa B era de formação e neste momento não é, está cheia de estrangeiros. No plano financeiro piorou a relação com os sócios sobre o conhecimento em relação a vendas, compras, empréstimos, passes; não há informação. Nas assembleias gerais apresentase apenas a súmula de um balancete. Se for eleito, o que propõe fazer nesse campo? —Informação aos sócios em assembleias gerais. Vamos detalhar os negócios, informando-os de percentagens de passes,
comissões. Tenciona fazer uma auditoria às contas? —Temos necessidade de fazer uma auditoria para sabermos a situação atual do Vitória. De três em três anos, faremos uma auditoria às contas do clube, disponível para os sócios, e também para outros candidatos em próximos atos eleitorais. Falou em falta de transparência. A que se refere concretamente? —O Raphinha. Quem anunciou aos sócios a sua venda foi o Jorge Jesus. Internamente, não tenho informação de que foi vendido, nem por quanto. O Vitória comprou metade do passedoPedrão,masporquanto?
“É importante manter a espinha dorsal da equipa ano após ano e é fundamental aproveitar o scouting” “Vamos detalhar os negócios, informando os sócios sobre percentagens de passes de jogadores e comissões” “Temos necessidade de fazer uma auditoria às contas para sabermos a situação atual do Vitória”