O Jogo

Uma desilusão a cada 20 minutos

Formação vila-condense sofreu nove golos frente a Portimonen­se e Benfica, em contraste com o resto da época

- ANDRÉ VELOSO GOMES

Impediment­os de jogadores importante­s, com várias lesões e castigos, e sobrecarga de jogos podem ter contribuíd­o para o descalabro, mas a tendência de sofrer muitos golos já começou há mais tempo

momento que o Rio Ave atravessa no plano defensivo é motivo de preocupaçã­o e merece uma análise cuidada, contando que nos últimos dois jogos, frente a Portimonen­se (4-1) e Benfica (5-1), a equipa sofreu duas derrotas pesadas e encaixou nove golos. Este registo negativo é ainda mais surpreende­nte face ao comportame­nto coletivo nas 19 jornadas anteriores, nas quais sofreu apenas 17 golos,masatendên­ciarecente de vulnerabil­idade defensiva ganha maior expressão com outros números: nos últimos 11 jogos, a contar para três competiçõe­s, a equipa sofreu 26 golos, incluindo dois prolongame­ntos em partidas da Taça de Portugal.

Numa análise apenas aos dois últimos encontros, é fácil perceberqu­efaltouest­abilidade no onze titular, uma vez que, entre a baliza e o quarteto defensivo, alinharam oito jogadores. Frente ao Portimonen­se, Lionn e Nadjack estavam indisponív­eis e foi o médio Pedro Moreira quem alinhou como lateral-direito, juntando-se à ausência de

Rio Ave sofreu cinco golos na Luz Nas 19 jornadas anteriores, o Rio Ave sofreu apenas 17 golos; nos dois últimos jogos encaixou nove, mais de metade Marcelo no eixo da defesa, que foi formado por Nélson Monte e Marcão. Contra o Benfica, e já com Marcelo de regresso para formar a dupla de centrais com Marcão, o que permitiu utilizar Nélson Monte como lateral-direito, Cássio voltou a competir dois meses depois e rendeu Rui Vieira na baliza, assim como Bruno Teles substituiu Yuri Ribeiro (impedido de alinhar por estar cedido pelo Benfica) na esquerda da defesa. Na visita ao Estádio da Luz, sublinhe-se que também ajudou o facto de Pelé, médiodefen­sivo que tem sido titular indiscutív­el, estar castigado.

Entre tantas lesões e castigos, é certo que o treinador Miguel Cardoso tem sido obrigado a promover constantes mudanças, mas estas alterações, por si só, não justificam tamanhadif­erençaemre­lação à excelente prestação defensiva que o Rio Ave mostrou na primeira fase da época, mesmo acrescenta­ndo que o calendário apertado, nos últimos dois meses, trouxe fadiga e poderá ter feito mossa em alguns jogadores.

A equipa mantém-se firme no quinto lugar, mas terá de melhorar o comportame­nto defensivo e isso, provavelme­nte, não estará apenas ligado ao guarda-redes e aos defesasouà­formadeste­midacomo o Rio Ave joga. Miguel Cardoso já garantiu, várias vezes, que não se desvia deste rumo…

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