PRESTÍGIO BEM DEFENDIDO
João Sousa iniciou, ontem, com um triunfo no Open da Bulgária, em Sófia, a série de três torneios em recinto coberto, condições onde possui os melhores registos da carreira
O regresso de João Sousa, 68.º do ranking ATP e sétimo cabeça de série, às competições indoor, ficou marcado pela vitória sobre o búlgaro Dimitar Kusmanov (340.º), por 7-6 e 6-1, no Open da Bulgária
Para além do prestígio que sabe ter a defender quando atua em recintos cobertos, João Sousa tem ainda a responsabilidade de gerir a seu favor os problemas que habitualmente são provocados por jogadores fora do top 100 do ranking. Para estes, defrontar um adversário como o vimaranense, que está a cumprir os quatro anos e meio – sem interrupções – nessa elite, é uma motivação extra. Foi exatamente isso que transpareceu durante boa parte do encontro com Dimitar Kuzmanov (340.º), sem nada a perder, disposto a justificar o wild card e a comprovar que, apesar da distância, é o número dois búlgaro, atrás de Grigor Dimitrov (3.º ATP).
Após dois encontros ganhos e outros tantos perdidos na campanha estival da Oceânia, atingindo a segunda ronda nos Open da Nova Zelândia e da Austrália, o campeão nacional não se deixou surpreender por um rival de (muito) menor cotação, prevalecendo o facto de 2017 ter sido uma temporada atípica no que a derrotas diante de jogadores fora do top 100 diz respeito. Foram sete desaires no ano passado, bem diferentes dos cinco em 2016, dos três em 2015 e dos quatro em 2014.
Ontem, ainda “ligou o complicador” a determinada altura de um primeiro set que parecia comandar com alguma naturalidade; chegou a dispor de ponto de break para 5-2, antes de esbanjar dois set points, a 5-4, com serviço a favor. Sujeito ao terceiro tiebreak de uma temporada em que fora mal sucedido nos anteriores, o vimaranense teve fases irreconhecíveis e de muita desconcentração no início desse jogo decisivo, vendo-se a perder por 1/5 e pouco depois 3/6, acabando por reencontrar o melhor nível, somando os últimos cinco pontos rumo a um moralizador 8/6.
O curso do segundo set desde cedo ficou definido, através do break a 3-1 que lançou Sousa para o controlo total, voltando a quebrar o serviço do antigo número um europeu de sub16 no sexto jogo (5-1), para fechar ao cair do 96.º minuto.