MENOS CONVERSA ... e mais futebol
sta coluna não chegaria para fazer a lista dos paradoxos em que Bruno de Carvalho ontem incorreu. Do verdadeiro pretexto da conferência de Imprensa (a pressão sobre os sócios para a validação de um novo modelo estatutário) aos argumentos mais dramáticos (faz sentido alguém que há anos insulta toda a gente queixar-se de ser humilhado?), passando pela conversa de circunstância (se foi o seu Facebook a impor o VAR, então aí está mais uma prova da vulnerabilidade do Facebook). Não: BdC não sai, se sair não deixará de se recandidatar e só não será presidente do Sporting por mais dez ou vinte anos se os sócios não quiserem. Ele quer. Tem feito uma gestão financeira interessante, tem tido um azar dos Távoras na ação desportiva e não acerta uma na comunicação. Mas quer. De contrário, não faria marcar uma AG para a véspera da primeira das duas decisões que falta discutir com o FC Porto. Ou muito me engano ou, no imediato, os sportinguistas têm mais razões para estarem preocupados com a equipa de Jorge Jesus. O Estoril-Sporting foi pelo menos o quinto jogo fraco consecutivo dos leões. A equipa passar janeiro incólume – salvo o dito empate – já fora milagroso. E entretanto levantou-se o vento. Um profissional de topo justificar uma derrota com o vento chega a ser constrangedor. Jesus devia antes perguntar-se sobre o que pode de facto esperar dos reforços, se é capaz de dizer que vêm porque já não havia tempo para trazer melhor; e sobre, já agora, o que pode esperar do resto do plantel, se é capaz de dizer que dois lesionados valem tanto como vinte disponíveis. Fala como se estivesse tudo sob controlo, o treinador do Sporting. Mas não está. E isto ao fim de mais de 50 contratações. Em dois anos e meio. Isto daqui vai para onde?