O Jogo

“VAR? Haver ou não tem sido igual...” SÉRGIO CONCEIÇÃO

IRONIA Taça introduz a tecnologia a partir das meias-finais. O treinador portista ri-se e desvaloriz­a porque, garante, já está habituado a jogar sem o auxílio do vídeo na Liga

- ANDRÉ MORAIS

O técnico guardou o melhor para o fim. Num clássico que se repete, as equipas terão poucos segredos. E Conceição só quer manter a supremacia exibiciona­l, mas desta feita pintada com golos

É obrigatóri­o começar pelo fim. Não só porque o título não poderia ser outro, mas porque a pergunta e a resposta acabam por nascer de um pressupost­o errado: não haver VAR em jogos de Taça de Portugal. Efetivamen­te não costuma haver. Mas nas meias-finais e final, sim. A resposta de Sérgio Conceição foi, por isso, dada na perspetiva de que não haveria meios de juízo auxiliar. “Não há VAR na Taça? Para nós não tem havido”, riu-se o treinador. “Veiome à cabeça e tive de dizer esta”, desculpou-se, ainda a rir-se. “Se não houver, é positivo ou negativo? “Para nós tem sido a mesma coisa”, voltou a rir-se. “Não intervém… Estamos bem assim, sem vide o árbitro. O ManuelMota, no Estoril-Sporting, fez uma arbitragem espeta cu lar e oVAR teve atuação fantástica. Aquilo sim, podes er muito positivo para o futebol. Nós já tivemos mais de uma dezena de casos em que era preciso intervir e não houve VAR. Por isso, não ter agora… já estamos habituados a não ter”, concluiu a propósito. Este foi o único assunto realmente polémico na conferênci­a que lançou o terceiro jogo contra o Sporting desta época. De resto, falou-se muito sobre o adversário. Talvez por ser cada vez mais um velho conhecido.

As duas equipas defrontara­m-se há duas semanas. Entretanto, no último jogo que cada uma disputou, o FC Porto venceu o Braga e o Sporting perdeu pela primeira vez na Liga. Em que contexto interpreta este reencontro?

—Nós não olhamos muito para isso. Analisamos o adversário nos jogos passados, mas o resultado não interfere em nada essa observação, tenha sido ele positivo ou negativo. São jogos diferentes, como digo sempre. Cada jogo tem a sua história e nós vamos olhar para este jogo a pensar num Sporting que nos merece todo o respeito, com um plantel forte, independen­temente de poder haver uma ou outra ausência, porque nós também as temos.

Dizem os números que o FC Porto tem vantagem sobre o Sporting em várias vertentes do jogo, especialme­nte ao nível de golos marcados e remates efetuados. O Sérgio já reclamou, também, que o FC Porto foi superior nos duelos anteriores, apesar de não ter ganho nenhum. Esta é a oportunida­de para marcar e ganhar ao Sporting?

—É verdade que não ligo muito a estatístic­as, porque não vence sempre quem tem superiorid­ade. Esses números são sinónimo de que fizemos bons jogos, que fomos competente­s, que conseguimo­s impor a nossa dinâmica de jogo. Defensiva mente não sofremos golos, mas ofensivame­nte não fomos eficazes como gostaríamo­s de ter sido. Mas, se somarem as oportunida­des nesses dois jogos, ainda são algumas. Penso que essa foi a maior pecha da nossa equipa. Senti que estivemos bem e merecíamos outro resultadoq­ue não o empate. Mas não nos agarramos a essas estatístic­as pois, como disse, nem semprevale muito. Esperamos continuar com essa superiorid­ade, mas que daí resulte algo positivo, o que não aconteceu nos outros jogos com o Sporting.

O Sporting atravessa uma fase de alguma instabilid­ade em jogos recentes. Conta com um Sporting frágil ou um leão ferido?

—Sporting é sempre forte. Há momentos em que as equipas vivem piores situações e agarram-se a isso. Não espero um Sporting nem mais nem menos fragilizad­o.

Insistindo na questão, o adversário chega a este jogo depois de ter perdido pela primeira vez em provas internas e perdido também a liderança. Dará uma vantagem emocional ou isso até torna o jogo mais difícil?

—O que podemos controlar é o nosso estado emocional e a forma como vamos entrar em campo… o resto é problema do Sporting e do seu treinador. O que posso controlar é a minha equipa e aquilo que vamos fazer a todos os níveis, seja estratégic­o, seja emocional.

É imperioso vencer, mas

“Manuel Mota e o VAR foram fantástico­s no Estoril. Isso sim é muito positivo”

“Não ligo a estatístic­as, mas são sinónimo de que fizemos bons jogos com o Sporting”

Sérgio Conceição Treinador do FC Porto

“O Sporting é sempre forte. Há momentos em que as equipas vivem fases piores e agarram-se a isso”

“Concordo com meias-finais a duas mãos, mas se calhar o Caldas não. As equipas menos fortes têm mais hipóteses a um jogo”

“Pesadelos pela final de 2015? Não, não... No FC Porto é uma maravilha. No pouco tempo que durmo, durmo bem”

“Não vamos jogar para não sofrer, mas para ganhar. Mas não sofrendo estamos mais perto de ganhar”

também não sofrer golos?

—São 180 minutos, dois jogos. Vamos encarar não para não sofrer, mas para ganhar. Dentro dessas dinâmicas da equipa, o ataque está ligado à fase defensiva e vice-versa. Temos de estar atentos ao jogo em si. Não queremos sofrer e queremos marcar. Não sofrendo, estamos mais perto de ganhar. O único resultado que dá pontos é não sofrer golos, digo isso algumas vezes. Mas nós somos uma equipa que vai sempre à procura do resultado. Assumimos isso. Somos o FC Porto e queremos ganhar. Respeitamo­s muito o Sporting, que é uma grande instituiçã­o, um grande rival, mas vamos respeitar da mesma forma como se fosse outra equipado campeonato ou meia-fi- nal da Taça.

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