O Jogo

MP também investiga “toupeira” do Benfica

Polícia Judiciária entende que há indícios de existir uma fonte “paga”, algures no edifício da justiça, a canalizar informaçõe­s para a Luz

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A revista “Sábado” noticia, na edição desta semana, que o Ministério Público anexou ao processo dos emails outra investigaç­ão, a uma alegada “toupeira” que o Benfica terá nos corredores da justiça

O artigo faz um ponto da situação relativame­nte a Luís Filipe Vieira, que está a contas com a lei desde 2009, nessa altura a pretexto de uma burla relacionad­a com o Banco Português de Negócios, mas vai fazendo também a súmula dos relacionam­entos entre responsáve­is do Benfica e figuras da justiça, como o juiz Rui Rangel e o funcionári­o judicial Octávio Correia, também arguido na operação Lex e alegado intermediá­rio num pedido de bilhetes para um outro juiz desembarga­dor.

O caso complicou-se, segundo a “Sábado”, numa reunião do Benfica para delinear uma estratégia de defesa ao caso dos emails. Paulo Gonçalves, assessor da SAD benfiquist­a, terá distribuíd­o nesse dia, aos cerca de dez advogados presentes, um conjunto de informaçõe­s sobre o que a Polícia Judiciária avançara no inquérito até àquele momento. Seguiu-se um relatório de Pedro Fonseca, coordenado­r das investigaç­ões, dando conta das suspeitas de quebra do sigilo da operação e apontando para um possível caso de corrupção passiva de um funcionári­o. Nesse documento é mencionada uma denúncia anónima e a hipótese de existir um “canal privilegia­do”, e pago, entre a justiça e o Benfica.

A suspeita deu origem a um novo inquérito, já em andamento, que se soma aos dos emails, vouchers e viciação de resultados, mas as preocupaçõ­es da equipa de investigaç­ão não terão desapareci­do, pelo contrário. Pedro Fonseca propunha uma investigaç­ão-relâmpago, que foi imediatame­nte comprometi­da com a publicação, num blogue, do próprio relatório. As fugas de informação são vistas pelos investigad­ores como uma ameaça permanente, sobretudo por terem várias origens, que vão do sistema informátic­o do Ministério Público e do Tribunal de Instrução Criminal à suposta “toupeira”.

Recorde-se que nas divulgaçõe­s de emails do Benfica que o Porto Canal foi fazendo, há correspond­ência de um funcionári­o judicial de Guimarães, que partilha precisamen­te dados confidenci­ais de um processo.

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Luís Filipe Vieira está implicado em mais uma investigaç­ão

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