Modelo das equipas B vai hoje a discussão
Direção delibera hoje sobre o desenho para equipas B proposto pela Comissão de Clubes da II Liga. O objetivo passa por reduzir as equipas B a três até à época de 2019/20
A proposta abarca ainda a limitação do número de jogadores (27) e a subida das comparticipações: querem os três grandes a pagar 300 mil euros, o Braga a entrar com 250 mil e o V. Guimarães 100 mil
A proposta dos clubes da II Liga que em princípio será hoje discutida – está na ordem de trabalhos da reunião da Direção do organismo – prevê a redução gradual das equipas B para um máximo de cinco e para um mínimo de três até à época de 2019/20, a começar já na próxima temporada, descendoa equipa B mais mal classificada, mesmo que não termine o campeonato nos lugares de descida. Ai dei aé que a II Liga tenha apenas três equipas B na época de 2019/20.
Uma outra ideia da proposta éa limitação dos plantéis. Atualmente, as equipas B podem utilizar os jogadores da equipa principal, o que alarga a possibilidade de utilização a quase 60 atletas pelas equipas B. “Isso fere a verdade desportiva, porque as equipas da II Liga só podem inscrever 27 atletas eé comesses que tem de fazer a época”, explica Filipe Silva, presidente do União da Madeira.
A proposta prevê a limitação a 27 jogadores sub-23 das equipas B, para haver igualdade de circunstâncias, sem que tenham a possibilidade de jogar com atletas da equipa principal, como acontece atualmente, e sem prejuízo de poderem ser utilizados nas equipas principais. “Ao contrário do que têm dito, a ideia não é acabar com as equipas B. Ninguém quer isso, apenas queremos a verdade desportiva”, explica ainda Filipe Silva.
Também Jorge Silva, líder do Famalicão, está de acordo com esta ideia. “A II Liga tem sido, ao longo dos anos, e nos últimos anos em particular, o parente pobre do futebol português e é preciso, pelo menos, fazer uma reflexão séria sobre o assunto”, disse a O JOGO Jorge Silva.
Outra questão que está em cima da mesa tem a ver com as comparticipações monetárias dos clubes que têm equipas B e que, atualmente, pagam 50 mil euros cada uma. Os clubes da II Liga entendem que esse valor não chega para as despesas que têm com os jogos das equipas B e querem subir a parada para 300 mil euros para os três grandes, 250 mil para o Braga e 100 mil para o V. Guimarães, números que não estão de acordo com o pensamento do presidente da Liga, “embora seja negociável”, como diz Jorge Silva.
Com o aumento das equipas B a participarem no campeonato da II Liga, o número de jogos quase triplicou e naturalmente as despesas são incomportáveis para os clubes da II Liga. E a exigência do aumento das comparticipações tem a ver com um número revelado pelo presidente da Liga, Pedro Proença. Nos últimos três anos foram arrecadados pelos clubes 340 milhões de euros em transferências com jogadores oriundos das equipas B.
“Ao contrário do que têm dito, a ideia não é acabar com as equipas B. Ninguém quer isso, apenas queremos a verdade desportiva”
Filipe Silva Presidente do União da Madeira
“A II Liga tem sido, ao longo dos anos, e nos últimos anos em particular, o parente pobre do futebol português” Jorge Silva Presidente do Famalicão