O PRÉMIO QUE FALTA
É a modalidade que mais cresce no país Transmissão da meia-final ultrapassou meio milhão de espectadores
Se calhar já leu isto há pouco tempo, mas Portugal está na final do Campeonato da Europa. Desta vez, é em futsal e a Seleção Nacional luta hoje (19h45, RTP 1) por um título de seleções que ainda não tem no palmarés.
E a verdade é que os portugueses são bons nesta modalidade, algo que não é de agora. Senão vejamos: Portugal está, pela segunda vez, numa final de um Europeu, repetindo o feito de 2010, ano em que foi derrotado pela Espanha. Além disso, o futsal tem uma projeção internacional que, entre as modalidades de pavilhão, só o hóquei em patins consegue bater. A nível de clubes, o Benfica venceu a UEFA Futsal Cup, o equivalente à Liga dos Campeões, em 2009/10; o Sporting foi finalista em 2010/11 e 2016/17. Mais, Portugal saiu do Mundial de 2000 com a medalha de bronze e foi quarto classificado em 2016. Nos Europeus, para além da já referida prata de 2010, veio para casa quantidade. Em 1990/91, ano em que se disputou o primeiro campeonato nacional, eram 3427 os praticantes de ambos os sexos, 1628 deles pertencentes à formação. No início do milénio, esse número já era de 16 315. Na época passada, registaram-se 32 224 atletas federados, sendo 22 373 de formação. Sintomático. Longe vão os tempos do futebol de salão pois, com o passar dos anos, as autarquias e as próprias associações de futebol construíram e modernizaram pavilhões municipais o que melhorou, e muito, as condições da prática do futsal.
Pelo caminho, perderam-se
ou caíram no esquecimento de divisões inferiores, clubes que estiveram na génese do futsal, como o Freixieiro ou o Miramar. Desses tempos, sobra o Sporting, que nos primeiros campeonatos tinha uma hegemonia de vez em quando ameaçada por Santos Nova, Correio da Manhã ou o próprio Miramar. O aparecimento do Benfica, em 2001, tornou a Liga de Futsal polarizada pelos dois grandes de Lisboa, cuja rivalidade aumentou o interesse pela competição. Baralhando tudo e voltando a dar, termina-se com a conclusão inicial: somos bons nisto. Só falta festejar o título europeu.