O Jogo

ÉPICO TÍTULO DE CAMPEÃO EUROPEU DE FUTSAL É PORTUGUÊS

Ljubljana parecia Paris. Ricardinho lesionou-se, a Espanha apertou no prolongame­nto, Bruno Coelho foi herói e André Sousa agarrou a vitória. Portugal é campeão da Europa!

- JOÃO MAIA

Jorge Braz: “Sentimos que tinha da cair para nós” Ricardinho: “Lesão? Essas dores vemos amanhã…”

A 10 de junho, Portugal sagrou-se campeão da Europa de futebol. A 10 de fevereiro alcançou o inédito título europeu de futsal. Cristiano Ronaldo lesionou-se na final de Paris, Ricardinho saiu a coxear do Arena Stozice, em Ljubljana. Éder deu, no prolongame­nto, o caneco em Saint-Denis, Bruno Coelho decidiu no último minuto na Eslovénia. Estava escrito, esta era a vez de Portugal.

Foi com sofrimento, mas este é um ingredient­e parte do nosso fado, e foi, acima de tudo, com enorme categoria, mérito e justiça que a Seleção Nacional derrotou a Espanha, por 3-2, após prolongame­nto e coloriu de vermelho e verde a capital eslovena.

O cronómetro ainda não marcava um minuto e já Ricardinho tinha adiantado Portugal no marcador. Os lusos entraram a pressionar no tempo certo e, num desses lances, Bruno Coelho atrapalhou Miguelín, que perdeu a bola para o Mágico. Aos melhores não se dão estas ofertas e o canhoto, de pé esquerdo, atirou para o fundo das redes. A crença portuguesa ergueu então um muro de betão à frente de André Sousa. Sem conceder grandes espaços, e muito menos oportunida­des, aos espanhóis, Portugal espreitava, pela certa, a baliza de Paco Sedano, mas era cá atrás que o jogo estava a ser ganho. Só Pola (14’) tinha ameaçado André Sousa, que respondera com uma grande defesa, mas não foi possível resistir a Tolrá (19’), que, ao fugir a Nilson, empatou a partida.

A segunda parte trouxe uma Espanha mais forte nos primeiros minutos. Sola no conseguiu várias vezes receber o esférico e rodar para ora tocar para os colegas, ora arriscar o remate, e fez isso mesmo quando desmarcou (26’) Joselito, só que André Coelho cortou. Portugal

pôs água na fervura, no entanto esqueceu-se de Lin (32’) quando Miguelín, em livre frontal, assistiu o ala para o 1-2. O filme podia ser bem pior, mas a sorte er aportugues­a, pois Miguelín (35’) atirou ao ferro um livre de sete metros. O passar dos minutos “obrigou” Jorge Braz a utilizar, pela primeira vez na prova, o 5x4, com Pedro Cary no papel de guarda-redes avançado. A estratégia do 5x4 estava bem ensaiada e, com alguma felicidade, Pedro Cary assistiu Bruno Coelho, que forçou o prolongame­nto.

Eram precisos pelo menos mais dez minutos paras e apurar o campeão europeu. A primeira parte só teve um lance de perigo, com Miguelín como protagonis­ta, só que, no segundo tempo, Ricardinho, sozinho, lesionou-seno pé direito e deixou os portuguese­s órfãos do melhor do mundo. A Espanha apertou, Bebe atirou ao poste e o poderio físico de Solano continuava a criar calafrios. Mas tal como o Mágico já tinha dito, esta equipa nãoé só Ricardinho,eBruno Coelho fez o 3-2 num livre de sete metros. A onze segundos do fim, André Sousa agigantou-se perante Usín e, com essa defesa, terminou o sofrimento. Ljubljana é mais um cantinho especial dos portuguese­s.

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Bruno Coelho bisou e foi o herói de uma final que perdeu Ricardinho­no prolongame­nto
 ??  ?? Portugal resistiu a tudo. As lesões de Bruno Coelho e Ricardinho e as bolas nos ferros de Miguelín e Bebe tornaram o triunfo sofrido – mas justo
Portugal resistiu a tudo. As lesões de Bruno Coelho e Ricardinho e as bolas nos ferros de Miguelín e Bebe tornaram o triunfo sofrido – mas justo
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