“Não fui eu que tirei um rival da corrida”
Sérgio Conceição aposta num título disputado a três
Marcano, Danilo, André André e Aboubakar de fora
Consciente de que é nestes jogos que se podem perder campeonatos, o treinador portista quer a equipa a pensar apenas no Chaves e não na Liga dos Campeões. Elogios a Luís Castro e à gente do interior
Sérgio Conceição admite que é complicado gerir o desgaste físico com o calendário apertado, mas diz que prefere jogar sempre de três em três dias e que isso deve servir de motivação à equipa. À espera de um Chaves equilibrado, o treinadordoFCPortoquervoltar com os três pontos porque a luta será até ao fim e a três. Liverpool proibido de entrar no balneário. A carga competitiva do FC Porto é uma motivação ou
uma dor de cabeça? —Queremos essa carga porque é sinónimo de que estamos em várias frentes – só nos grandes clubes é que isso acontece –, mas também sabemos que isso traz algumas complicações físicas. Faz parte do meu papel gerir da melhor forma o plantel e o momento dos jogadores. Tem-se falado da dificuldade de defrontar equipas necessitadas de pontos. O Chaves está tranquilo na tabela. Espera por isso um jogo mais aberto? —As equipas têm características diferentes, dependem das ideias que o treinador tem. Olhamos para o Chaves e vemos uma equipa trabalhada pelo Luís Castro. Está a fazer um bom campeonato, é equilibrada e consistente: só tem duas derrotas em casa e foram no início. É um clube que particularmente aprecio por ser do interior. As gentes de Chaves são muito apaixonadas pelo clube e pelo futebol. Lembro-me de lá ir pelo Felgueiras, quando era jogador, e era sempre muito difícil. E continua a ser. Vamos apanhar um Chaves competitivo e que merece estar na I Liga. Costuma dizer-se que os campeonatos se decidem contra as equipas pequenas. Nesse enquadramento, este jogo é fundamental? —É importante, como todos. Não diferenciamos pelo adversário se é mais ou menos importante. Todos valem três pontos. Se disserem que muitas vezes os campeonatos são decididos com as outras equipas que não os rivais diretos é
um facto e amanhã [hoje] vamos ter uma das boas equipas do campeonato, que está em sexto lugar e sabe jogar, tem uma dinâmica muito interessante e é nesse adversário que estamos focados. Há uns meses, o Benfica estava dado como fora do título. Com esta aproximação acredita que vai ser uma luta a três até ao fim? —Acredito e quero que o FC Porto esteja a lutar sempre pelos três pontos para conseguir chegar ao fim com mais um do que segundo classificado. Aquilo que os outros fazem só passa a ser importante se não fizermos o nosso trabalho. Há dois rivais fortes, duas grandes instituições – o Benfica e o Sporting – e uma terceira que é o FC Porto que está na frente e quer manter o lugar. Se houve alguém que meteu um ou outro rival de fora não foi o treinador do FC Porto. Até que ponto a vitória contra o Sporting foi moralizante para o grupo e um sinal de força para os rivais? —Foi importante no sentido de chegarmos a meio de uma eliminatória e estarmos a vencer. Mas este resultado não tem expressão se na segunda mão não conseguirmos um que nos permita passar e estar no Jamor. É verdade que foi contra o Sporting, rival que luta pelos mesmos objetivos, mas não ficamos nem mais nem menos eufóricos do que noutros jogos que ganhámos. Fica a sensação de dever cumprido, não mais do que isso. Foi com essa sensação que fiquei no balneário.