O Jogo

ANULAR O DRAGÃO SÓ COM... ATITUDE

Um dos protagonis­tas do filme de 1988, em que os flavienses surpreende­ram o FC Porto, indica o guião a seguir pelos jogadores de Luís Castro

- MELO ROSA

Padrão estava na baliza do Chaves na última vitória sobre o FC Porto. O antigo guarda-redes conta como foi e explica como poderá ser possível surpreende­r quem recuperou a mística com Sérgio Conceição

Jápassaram quase 30anos desde que o Chaves venceu pela última vez o FC Porto para o campeonato. A 1 de dezembro de 1988, a equipa então orientada por João Fonseca, que substituír­a Raul Águas, surpreende­u a de Artur Jorge. Radi e Gilberto fizeram os golos dos flavienses que contava, entre outros, com Slavkov, Filgueira, David, Diamantino e, na baliza, Padrão, que mais tarde se mudaria para as Antas, onde foi duas vezes campeão nacional como um dos suplentes de Vítor Baía. “Lembro-me desse jogo como se fosse hoje”, conta o ex-guarda-redes. “Naquela época, ganhar ao FC Porto era muito bom. Tinha uma equipafort­íssima,masnóscorr­íamos mais do que os outros todos”, garante, consideran­do que “foi a atitude” que permitiu derrotar os dragões. “O FC Porto deu-nos um massacre, mas tínhamos muita qualidade técnica. Saíamos muito rápido em conta-ataque e o Erasmo até podia ter feito o 3-0 de calcanhar. Já com o Zé Beto fora da baliza, rematou mas um jogador do FC Porto salvou perto da linha. Era um grande golo, mas seria injusto porque tiveram muitas oportunida­des”, recorda.

Carlos Padrão defende que “ter atitude” continua a ser “fundamenta­l” para repetir a proeza de outrora. “Quem joga com o FC Porto tem de saber contrariar o seu caudal ofensivo e o jogo retilíneo”, salienta, sublinhand­o o papel determinan­te de Sérgio Conceição. “O grande segredo do FC Porto é ter recuperado a mística e o Sérgioéopr­incipalobr­eiroporque transporto­u a mística que o clube tinha nos anos 80 e 90. Agora, os jogadores do FC Porto são 11 guerreiros, deixam tudo em campo. Essa atitude de campeão desaparece­ra com Lopetegui e com o Nuno”, aponta. Padrão defende também que Luís Castro tem feito “um trabalho brilhante” por ter implementa­do um “modelo de jogo e uma forma de estar” que permite à sua equipa “assumir o jogo”. Por isso, completa, estará certamente preparado para anular “a enorme capacidade da equipa na Europa que mais duelos aéreos ganha nas bolas paradas e no jogo corrido”.

“A atitude é fundamenta­l. Quem defronta o FC Porto tem de saber contrariar o seu caudal ofensivo e o jogo retilíneo”

“O Sérgio está a transporta­r a mística do FC Porto dos anos 80 e 90. A atitude dos jogadores do FC Porto tinha desapareci­do com Lopetegui e com o Nuno” Carlos Padrão Ex-guarda-redes

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Luís Castro criou uma identidade muito própria para o Chaves

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