O Jogo

Os nomes da revolução

O JOGO fala-lhe das figuras que marcaram o cresciment­o até ao título europeu

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futsal que, ao sair lesionado da final, até os adeptos do vizinho ibérico desataram a cantar o nome dele. Considerad­o, em 2015, o melhor jogador do século do futsal português, batendo as lendas André Lima e Carlos França, com uns esclareced­ores 94,84 por cento de votos, a grande questão é se Ricardinho já não é o melhor de sempre. Posto isto, é óbvia a influência do craque no desenvolvi­mento da modalidade. Ricardinho criou até uma Academia com o seu nome que tem cerca de 45 atletas com idades entre os 4 e os 12 anos. Joga, decide, desenvolve, incita, inspira. Não levem a mal se Ricardinho for considerad­o a cara do futsal português. histórico selecionad­or. Quando assumiu o cargo, ainda tinha ao dispor históricos como João Benedito, Arnaldo Pereira, Gonçalo Alves ou Joel Queirós, mas o passar dos anos fez com que uns se retirassem e outros perdessem o fulgor. Impôs-se, portanto, uma natural renovação de gerações, que Braz foi operando de forma lenta e progressiv­a. Começaram a aparecer nomes como Tiago Brito, André Coelho, Pany Varela, Nilson ou o próprio Bruno Coelho, herói de Ljubljana. Atento e observador de tudo o que se passa na modalidade, a nível de clubes e associaçõe­s – é presença notada em vários encontros e torneios de formação –, Jorge Braz teve ainda mais mérito nesta conquista por saber lidar com a ausência do segundo jogador, a seguir a Ricardinho, com mais experiênci­a e categoria internacio­nal: Cardinal, pivô que desfalcou a Seleção por estar lesionado. A dor de cabeça poderia ter afetado a estratégia portuguesa, mas Braz soube dar a volta e mostrou que anda há muito a preparar o futuro, ao mesmo tempo que já garantiu um lugar na história por ter levado a modalidade ao olimpo. logo se implementa­ram novas ideias. Determinad­a a tornar o futsal a modalidade coletiva de pavilhão mais praticada no país, a equipa de Fernando Gomes tratou de criar campeonato­s nacionais de formação, algo que até então não existia. Apareceram provas de sub-20 e sub-17, Taças Nacionais de juniores, juvenis e iniciados, uma Taça Nacional de juniores femininos, a própria Liga de Futsal feminina, e ressurgiu o Torneio Interassoc­iações, vocacionad­o para a deteção de talentos. Com isto veio o inevitável. Quando Fernando Gomes tomou posse, o futsal tinha 17 363 atletas federados na formação, de ambos os sexos. Na época passada, esse número passara para 22 373. Um aumento de mais de cinco mil jovens que entraram para a modalidade. Não é coisa pouca. Além disso, a FPF repensou a Taça de Portugal – e criou a Taça da Liga – em formato de final a oito, com três dias de competição gratuitos. Os patrocinad­ores surgiram e as transmissõ­es televisiva­s do campeonato vão alcançando bons resultados. Na Eslovénia, Portugal foi campeão e por cá está montada uma máquina que fará crescer ainda mais o futsal.

do Europeu se emocionou a falar do “amigo”. Mesmo com a diferença de condições, Portugal conseguiu bons resultados: três presenças em Mundiais e cinco em Europeus na era de Orlando Duarte. Logo na estreia em campeonato­s do mundo, a Seleção ficou em terceiro lugar na Guatemala e, nos Europeus, conseguiu um quarto lugar (2007) e uma medalha de prata (2010). Pelo meio, foi ele o líder da geração de ouro portuguesa, formada por lendas como Carlos França, Naná, André Lima, Pedro Costa, Arnaldo e Joel Queirós, entre muitos outros. E foi com ele que surgiu Ricardinho... ano para o Benfica, fizeram-no, ao mesmo tempo que foram dois dos grandes obreiros para que o Braga chegasse na época passada à final da Liga de Futsal. Entretanto, Fábio Cecílio já tinha rumado às águias em 2015 e pela Cidade dos Arcebispos ainda está Nilson, que em breve será mestre em Recursos Humanos. É certo que nesta prosa é preciso mencionar nomes como os do Nelas, Tabuaço, Freixieiro e Sporting, onde este lote começou a jogar futsal. Mas há mais emblemas por esse país fora prontos a colocarem cá fora novos talentos. A verdade é que o Braga/AAUM teve a coragem – e a paciência – de rentabiliz­ar nomes desconheci­dos na altura e que agora se transforma­ram em estrelas. E ainda há mais jovens portuguese­s a crescerem no Minho: Vasco Ribeiro foi o melhor guardarede­s do Campeonato Nacional de sub-20 de há dois anos; Tiago Fernandes, emprestado pelo Benfica, é um canhoto que promete; e Rui Silva é um fixo no qual se depositam esperanças. desaparece­ram ou caíram no esquecimen­to de patamares inferiores. Importante também referir ser o Sporting o único dos clubes fundadores do campeonato de futsal que continua na I Liga. Honra seja também feita aos que aderiram ao repto da Federação para integrarem o primeiro campeonato nacional feminino, disputado em 2013/14. Aqui surgem nomes como Benfica, Golpilheir­a, Novasement­e, Vermoim, Quinta dos Lombos e Santa Luzia, entre outros, que mostraram que o futsal também pode ser praticado no feminino.

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