O Jogo

Sérgio Conceição “Orçamentos? Na I Liga, também não falo disso”

O treinador recuou até 2004 para ilustrar o sonho que mantém na Liga dos Campeões. Milhões do Liverpool não serão desculpa para nada

- BRUNO FILIPE MONTEIRO

Vencer e não sofrer golos seria como tocar o céu para o treinador portista, que aponta aos números para provar a força do Liverpool. Mas não ao dinheiro, porque o rival tem fragilidad­es e os dragões querem explorá-las

A Liga dos Campeões está de volta e o FC Porto tem mais um duro teste à capacidade que vai revelando até aqui. A veia concretiza­dora e os milhões gastos pelo Liverpool não assustam Sérgio Conceição, que abordou com otimismo a eliminatór­ia com os ingleses. O treinador deu asas ao sonho da qualificaç­ão, mas também lembrou a importânci­a de ser pragmático e objetivo na procura dele. O Liverpool está mais pressionad­o a passar por ter um orçamento superior? —Não olhamos para isso. Sabemos que vamos defrontar uma equipa forte, com um orçamento acima dos 200 milhões de euros, mas semanalmen­te também não falo da superiorid­ade do nosso orçamento em comparação com o da maioria das equipas da I Liga. Não é justo. Neste jogo estarão frente a frente dois clubes históricos e os jogadores dão-me a confiança de que é possível passar a eliminatór­ia. A defesa é o calcanhar de Aquiles do Liverpool? —O Liverpool tem o segundo melhor ataque e a sexta melhor defesa do campeonato inglês; na Champions terminou a fase de grupos com o segundo melhor ataque e sem derrotas. É verdade que tem uma boa equipa, que cria vários problemas ao adversário, mas também tem pontos frágeis que podemos explorar, porque todas as equipas têm. A base da vitória estará na nossa consistênc­ia defensiva. Não sofrendo, estaremos mais próximos de vencer. Com que jogo sonha para vencer? —Sinceramen­te, não sonho muito com isso. Claro que espero sempre marcar e, numa eliminatór­ia destas, com um jogo fora e outro em casa, não sofrer. O sonho é importante, sem dúvida que é preciso ir atrás dele, mas muitas vezes temos de ser pragmático­s na procura do objetivo. Mantém a ideia de que é positivo não defrontar Philippe Coutinho ou o Liverpool soube reagir bem à saída do brasileiro? —Soube reagir muito bem, porque continua a fazer grandes jogos, a ganhar, continua a ser muito forte... A vida dos clubes é assim. Tendo em conta que o clube atingiu o primeiro objetivo na Champions e a importânci­a do campeonato, considera que tudo o que obtiver a partir daqui será um bónus? —[Pausa] O nosso grande objetivo é o campeonato na-

“Vamos defrontar uma equipa forte, com um orçamento acima dos 200 M€, mas também não falo da superiorid­ade do nosso orçamento na I Liga”

“É importante ir atrás do sonho, mas muitas vezes temos de ser pragmático­s”

“A base da vitória estará na nossa consistênc­ia. Não sofrendo, estaremos mais próximos de vencer”

“Em 2004, no ano em que o clube ganhou a Liga dos Campeões, os nomes da equipa não eram superiores aos do Real, Bayern, Barcelona...” Sérgio Conceição Treinador do FC Porto

cional; sem dúvida nenhuma. Mas lembro-me que, quando vim da Lázio, em 2004, no ano em que o clube ganhou a Liga dos Campeões com José Mourinho, os nomes que faziam parte dela não eram superiores aos do Real Madrid, Bayern Munique, Barcelona ou outra equipa qualquer. Os jogos e as etapas vão-se passando. O grupo está muito confiante naquilo que faz, existe um espírito fantástico, ambição e determinaç­ão. Além disso, temos um fator muito importante: o público, que tem estado sempre connosco.

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