“QUE O SPORTING PASSE... MAS A PERDER EM ASTANA”
Jogador do Irtysh torce pelo sucesso luso, mas também quer ver o futebol cazaque a ganhar pontos nas provas da UEFA. O único português no Cazaquistão é leão... comedido
“Não é fácil o Cazaquistão ter uma equipa nesta fase da prova”
Carlos Fonseca
Jogador do Irtysh
É extremo, tem 30 anos e vai para a quarta época na Ásia Central. Ao Sporting, pede cuidado face ao perigo ofensivo do Astana, apesar de atribuir o favoritismo para o duelo da Liga Europa aos leões
Carlos Fonseca, 30 anos, extremo. Natural de Galegos de São Martinho, freguesia do concelho de Barcelos, tem nos pés a difícil missão de mostrar o quão bom é o produto nacional... no Cazaquistão. Sim, o futebolista, que em Portugal se notabilizou em serviço do Feirense, é o único português a jogar no país da Ásia Central. Fá-lo no Irtysh, com o 40 nas costas, e conquistou toda a “legitimidade” para, através de O JOGO, dissecar o Astana, adversário do Sporting nos 16 avos de final da Liga Europa. O leão, diz-nos, é claro favorito a seguir em frente: é essa a vontade do nosso protagonista, mas se puder ser com uma condição... melhor!
“Quero que o Sporting passe, claro, porque estamos a falar de uma equipa portuguesa, mas que perca em Astana, pois será bom para o futebol do Cazaquistão”, explica, entre risos, Carlos Fonseca, justificando-se depois, mas sem qualquer tipo de segundas intenções: “Seria muito bom para o futebol do país, como disse. Não é fácil o Cazaquistão ter uma equipa nesta fase das provas europeias e o sucesso delas vai influenciar as outras, como a minha. O Irtysh voltou a qualificar-separa a Liga Europa [n.d.r.:disput ará a2.ªp ré-eliminatória da edição 2018/19] eé sempre bom termos esse prestígio. Vão começar a olhar para nós com outros olhos.”
Apesar da saída de Junior Kabananga, goleador da equipa, para o Al-Nassr (Arábia Saudita) em finais de janeiro, os verdes e brancos, concretiza o criativo, continuam a ter muito com que se preocupar. Em Astana, capital cazaque, situa- da a mais de 400 quilómetros de Pavlodar, sede do seu Irtysh, mora uma equipa cheia de recursos e recheada de outros bons talentos. “É óbvio que o Sporting é mais forte que o Astana, mas é sempre difícil jogar lá. Pelo clima, porque faz muito frio, apesar do campo ser coberto, mas também pelo facto de ser uma boa equipa. Acrescenta-se a isto o relvado sintético, com apenas um ano. Viviam muito do Junior Kabananga, sem ele vai ser mais complicado. mas também têm outro jogador muito rápido, que faz bastantes golos, o Patrick Twumasi.” Fonseca não se enganou: o extremo ganês, de apenas 23 anos, apontou 22 golos em 42 jogos na temporada que terminou no final de 2017. Kabananga, natural da República Democrática do Congo, fez apenas mais um.