O Jogo

Vieira arguido em tribunal para explicar “capangas”

A PGR confirmou a O JOGO que o presidente encarnado, ouvido ontem no DIAP, responde pela “eventual prática de um crime de difamação” relacionad­o com o Aves-Benfica

- PEDRO MIGUEL AZEVEDO

Em causa estão as palavras do líder encarnado à BTV, onde diz ter vivido um clima de ameaça nas Aves. Vítor Catão, um dos visados nessas declaraçõe­s, diz ter recusado um pedido de desculpas em privado

O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, esteve ontem no Departamen­to de Investigaç­ão e Ação Penal (DIAP), em Lisboa, para prestar declaraçõe­s na qualidade de arguido, situação confirmada aO JOGO pela Procurador­ia-Geral da República( PGR ). “[Luís Filipe Vieira] foi ouvido como arguido no DIAP de Lisboa no âmbito de um inquérito em que se investiga a eventual prática de um crime de difamação”, assegurou a PGR. Em causa está uma entrevista de Vieira à BTV, em novembro passado, nas quais apelidava de “capangas” quatro elementos que alegadamen­te o ameaçaram assim como a outros elementos encarnados no estádio do Aves, quando o Benfica ali disputou a 9.ª jornada. Um dos visados, Vítor Catão, agora ex-diretor desportivo do Canelas, apresentou queixa e será ouvido, hoje, em Rio Tinto, no âmbito desta ação. Já Vieira esteve na 15.ª secção do DIAP menos de uma hora.

“Nas Aves tivemos quatro capangas identifica­dos com os SuperDragõ­es a ameaçar o Paulo [Gonçalves], a dizer que nos partiam todos. Aquilo no final [atos de violência] não foi nenhum adepto do Benfica, foi aquela tropa toda”, acusou Vieira, a 9 de novembro na BTV. Dias depois, foi publicada uma foto da tribuna com quatro pessoas, uma delas Vítor Catão, sendo estas apontadas como os alvos das declaraçõe­s de Vieira. Contactado por O JOGO, Catão insiste em desculpas públicas do líder encarnado. “Chamar capanga é chamar assassino, não posso aceitar isso. Espero é que Luís Filipe Vieira me apresente desculpa pela comunicaçã­o social. Se o fizer, retiro a queixa. Fui contactado por Paulo Gonçalves [assessor jurídico da SAD], que me disse que o presidente do Benfica me pediria desculpa mas apenas sozinho e não pela comunicaçã­o social”, disse. E avisou que outra ação está a caminho: “Nunca fui sócio dos SuperDragõ­es e nunca fiz parte do processo Apito Dourado e, por isso, essa será mais uma queixa que vou fazer.” Recorde-se ainda que em novembro de 2017 uma queixa apresentad­a no Conselho de Disciplina da FPF sobre este tema acabou arquivada.

“Chamar capanga é chamar assassino. Se pedir desculpa, retiro a queixa”

Vítor Catão

Ex-diretor desportivo do Canelas

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O caso que envolve o dirigente benfiquist­a remonta a novembro do ano passado

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