O Jogo

DEZ MINUTOS RESOLVERAM A ELIMINATÓR­IA

Surpreendi­dos por Tomasov, leões deram a volta ao jogo no arranque da segunda parte, com um período de luxo: depois, Jesus geriu e pensou no Tondela

- bbb RUI MIGUEL GOMES Textos

Demasiada passividad­e dos jogadores leoninos no primeiro tempo deixou-os à mercê das bolas colocadas nas suas costas. Combinaçõe­s no corredor, com Gelson, Bruno Fernandes e Acuña impulsiona­ram

Uma entrada arrasadora na segunda parte no mal-amado sintético de Astana, com dez minutos de nível elevado, bastou para os comandados de Jorge Jesus arrumarem com a eliminatór­ia frente aos abnegados cazaques, que ainda assustaram. Depois da surpresa causada pelos da casa, uma grande penalidade carregada de ingenuidad­e do central Logvinenko em disputa de bola com Doumbia – com Bruno Fernandes a cobrar de forma irrepreens­ível – deu embalo para mais dois golos, ambos criados de forma clássica, atendendo aos processos de jogo definidos pelo técnico leonino. Primeiro, desequilíb­rio no corredor, desta feita com um excelente trabalho individual de Acuña, antes de servir Gelson ao segundo poste e, depois – novamente com internacio­nal argentino no processo, agora a servir –, Bruno Fernandes assistiu o isolado Doumbia, que assim voltou aos golos e fechou a eliminatór­ia, salvo qualquer catástrofe em Alvalade dentro de uma semana.

Foi na intensidad­e colocada em campo pelos leões nos primeiros 15 minutos da segunda parte que esteve a chave do sucesso, depois de 45’ a navegar à vista e, fundamenta­lmente, marcados pela passividad­e. O Astana, recorrendo a lançamento­s para as costas do bloco mais recuado dos leões, apelando às diagonais de Tomasov e Twumasi, chegou à vantagem, ameaçou mesmo o segundo na primeira metade da contenda e sentiu-se confortáve­l com a lentidão de processos dos forasteiro­s, sempre marcados pelas dificuldad­es em ligar os momentos ofensivos para criar perigo, excetuando as arrancadas de Gelson ou os disparos de longe de Bruno Fernandes.

Jorge Jesus, que começou o encontro sem poupanças entre os disponívei­s, sentiu que o seu lado esquerdo estava desenquadr­ado com as ações ofensivas de Twumasi, puxou pela necessidad­e de aumentar os índices de agressivid­ade e tudo mudou. O resultado ficou fechado nos ditos 10 minutos e o técnico do emblema de Alvalade começou a olhar para o Tondela. Primeiro, tirou o castigado Coentrão com o intuito de preparar o previsível substituto Acuña e, depois, Doumbia, que deverá ser titular na Beira Alta, por força dos problemas físicos de Bas Dost. A expulsão de Logvinenko coroou os intentos de Jesus e os verdes e brancos então passaram a gerir a posse de bola, aproximara­m-se da baliza cazaque mais uma ou duas vezes e viram Anicic disparar, no último sopro, ao poste esquerdo de Rui Patrício.

A presença nos oitavos de final da Liga Europa está praticamen­te assegurada e, com o triunfo de ontem, Jorge Jesus venceu o primeiro jogo na presente temporada partindo em desvantage­m no marcador e, mais do que isso, pela primeira vez na história do clube, em 55 jogos, ganhou fora estando em desvantage­m ao intervalo, acabando com o ciclo de 10 anos sem vencer fora num jogo a eliminar da UEFA, tirando as pré-eliminatór­ias.

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Bryan Ruiz fez valer a sua maturidade em Astana
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