O Jogo

Jorge Jesus “O Astana não é o Liverpool, mas não tira o mérito”

O técnico lembrou as dificuldad­es que grandes europeus sentiram no Cazaquistã­o para valorizar o triunfo, que resultou, assumiu, das retificaçõ­es que fez ao intervalo do jogo

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Salientand­o mais uma vez a importânci­a de dar boa imagem na Europa para o cresciment­o do clube, JJ mostrou-se encantado com o triunfo, que lhe permitiu pensar mais cedo nos próximos jogos

Jorge Jesus encarou o encontro com o Astana com preocupaçã­o, pois os cazaques portaram-se bem no passado recente contra grandes clubes europeus, em casa, e pelo pouco conhecimen­to que foi possível obter sobre o rival, que não competia desde o início de dezembro. Numa espécie de “blind date”, ou encontro às cegas, o técnico foi mesmo surpreendi­do de início... mas corrigiu ao intervalo, assumiu, partindo para um triunfo fácil que até permitiu começar a poupar para o jogo de segunda-feira com o Tondela. E Jesus não quis fazer escárnio da goleada sofrida pelo FC Porto: “É importante demonstrar qualidade fora de Portugal, como fizemos na Champions. Não é fácil ganhar aqui, mas o Astana não é o Liverpool. Porém, não tira o mérito.”

O mau início de jogo “não foi só pelo sintético”, assegurou. “Não entrámos focados no jogo. Fomos surpreendi­dos nos primeiros 30’ com entrada muito rápida e com a intensidad­e do Astana, com a velocidade da bola no sintético. O nosso lado esquerdo não conseguia parar o direito do Astana, e no meio o Bruno Fernandes e o Bryan estavam mal posicionad­os. Eles começaram a ganhar as divididas, com muita força no corredor central. Falei com os jogadores ao intervalo para corrigir esses dois problemas. Corrigimos, fizemos golos e até podiam ter sido mais. Controlámo­s o resultado. Já jogaram aqui grandes equipas europeias que não conseguira­m vencer”, começou por resumir o técnico dos verdes e brancos, que lamentou não existirem ainda paragens de tempo (“time outs”) para retificar com o encontro a decorrer.

O técnico reiterou as críticas aos seus, que considerou responsáve­is pelo mau início de jogo: “Estávamos vulnerávei­s no centro e na esquerda, com incapacida­de de chegar à bola. Jogavam com facilidade. Se me derem espaço, com 60 anos também jogo...”

A vantagem de dois golos é “muito boa”, lembrou JJ, que no entanto exigiu cautelas em Alvalade, pois “nada está decidido”. “Temos de ficar desconfiad­os. Mas este resultado pode ser muleta para a segunda mão, posso pôr mais quem não têm jogado, pois acredito que mesmo com eles a equipa possa segurar a eliminatór­ia. O Sporting não tem reservas, tem um plantel. Fazemos rotativida­de dependendo do calendário. Todos jogam, todos se sentem importante­s. Mas essa gestão não é fácil, estava com medo do que pudesse acontecer em termos físicos. Estava com medo, os amortecedo­res de alguns estavam a dar sinais”, gracejou.

“Já jogaram aqui grandes europeus que não conseguira­m ganhar. Vantagem é muito boa, mas é de desconfiar” “Estávamos vulnerávei­s na esquerda e no centro. Se me derem espaço, até eu, com 60 anos jogo...” “É importante demonstrar qualidade fora de Portugal, como fizemos na Champions” “Não foi só pelo sintético, não entrámos focados e fomos surpreendi­dos no início, mas corrigi ao intervalo”

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Jorge Jesus não poupou nas reprimenda­s à equipa na primeira parte

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