“Pedi: nada de gritos ou berros”
Sempre tranquilo, selecionador revela o pedido que fez aos jogadores antes do primeiro jogo
A sua família apareceulhe de surpresa na Eslovénia na véspera da final. Foi uma boa motivação? —Foi uma surpresa agradável mas serviu, essencialmente, para que a minha família se sentisse bem, pois queriam estar presentes. Mas não estava nada à espera... Parece sempre uma pessoa muito tranquila, quando é que os jogadores conseguem transfigurá-lo? —A competição exigiu isso. Antes do primeiro jogo, pedi tranquilidade. Nada de gritos e nada de berros. Cada unidade de treino que tivemos antes do Europeu foi como se estivéssemos a preparar-nos para o jogo e aí as coisas tinham de funcionar com exigência e rigor; algumas vezes tive de berrar e exceder-me. Depois, chegámos à festa e divertimo-nos.
Falar de Orlando Duarte faz mexer-lhe com as emoções. O que lhe disse quando falou com ele? E o que é que o Orlando lhe transmitiu? —Não dissemos nada. Foi um abraçomuitosentidoaumareferência que teve um papel decisivo no início do futsal. Foi meu treinador, a seguir fui adjunto. É uma referência, é alguém a quem o futsal português deve muito. As pessoas devem estar sempre reconhecidas às pessoas mais velhas. O JOGO elegeu sete figuras do crescimento do futsal que desembocou neste título europeu. Que figura lhe vem logo à cabeça? Vi essa reportagem muito interessante. Quem escolheria? É fácil: o Orlando Duarte. Tinha de estar claramente entre as figuras por tudo aquilo que alavancou naquela fase. A paixão que despertou em mim e em toda a gente, a paixão com que trabalhava, costumo dizer que a paixão exagerada que ele tem por isto e que também tenho foi incutida pela forma de ser, honesta e frontal, do Orlando, que espalhou isso por treinadores e dirigentes.