O Jogo

“Europeu foi sempre a crescer”

Selecionad­or garante que não lhe custa nada recordar o percurso

- JOÃO MAIA

Passaram seis dias desde que Portugal fez história em Ljubljana. O chip de Jorge Braz ainda não se desligou e é com frequência que o selecionad­or nacional revive as emoções do título europeu

Vencer o Campeonato da Europa de Futsal fez com que Jorge Braz passasse a ser mais vezes abordado na rua. Mas, para o selecionad­or nacional, queontemvi­sitouareda­çãode O JOGO no Porto, isso não faz mal, porque o carinho das pessoas resulta de uma boa causa. O treinador diz ter notado em setembro que tinha um grande grupo em mãos. Depois de tantas entrevista­s, já lhe cansa falar sobre o Europeu? —Sinceramen­te, não. É um marco histórico para o futsal português, para todos que vivemos esta competição, mesmo que ainda não tenha tido tempo para descansar e recuperar, mas continuamo­s com todas as emoções positivas, e é gratifican­te relembrar o que vivemos na semana passada. Quantas vezes por dia lhe vem à memória o golo do Bruno Coelho?

—Nemétantoo­golo.Vem-me à memória todos os dias a felicidade daqueles 14 jogos, do staff, chegar ao aeroporto e verificar a felicidade de toda a gente... eu fiquei mais à parte, porque estava com uma intensidad­e interior brutal, vendo a felicidade de toda a gente. Esse sentimento de felicidade de todos eles é que me está sempre na cabeça. Vou relembrand­o alguns passes e já estou a rever alguns documentos para preparar o futuro. Relembrar é uma emoção positiva que vai ficar para sempre. Tem falado, no ‘WhatsApp’, com o grupo dos campeões? —Não [risos], esse grupo é só deles. Houve um momento em Rio Maior, no estágio, que o Ricardinho me chamou e fez questão de mostrar o nome que tinham dado ao grupo [Campeões Europeus] Passou a ser mais vezes abordado na rua? —Um bocadinho... ainda agora, ao entrar numa estação de serviço, houve pessoas a pedirem-me para tirar fotografia­s. É o reconhecim­ento social, não da minha pessoa mas, essencialm­ente, do futsal. A modalidade já tinha alguma relevância social, mas a palavra que me sai mais é “obrigado” por nos terem apoiado. O Ricardinho disse, por várias vezes, que Portugal não dependia dele. Quando é que sentiu que, de facto, tinha ali um grande grupo? —Tinha a convicção de que iríamos ter um grande grupo quando iniciámos esta época desportiva, em setembro. Na ida à Rússia e à Eslovénia deu para perceber que estávamos com a ambição necessária e, acima de tudo, com uma grande maturidade competitiv­a. O Ricardinho, e os restantes capitães, estiveram sempre de braço estendido a ajudar e a não deixar os colegas a irem abaixo. Esse papel foi fundamenta­l para alavancar a equipa. Considera que a carreira de Portugal foi sempre em crescendo, em termos exibiciona­is e emocionais? —Foi, mas foi em crescendo em termos emocionais e de ambição no processo todo. Durante o processo de preparação, sentimos isso. Essencialm­ente, senti que a cada jogo que passava já estávamos com muita vontade de ultrapassa­rmos outra etapa e isso fez com que melhorásse­mos de jogo parajogo.Aprimeirap­artecom a Rússia [meias-finais] não foi tão positiva, mas sim, foi sempre a crescer.

“As pessoas abordam-me um pouco mais na rua. É o reconhecim­ento social não da minha pessoa, mas do futsal” “O Ricardinho e os outros capitães nunca deixaram os colegas ir abaixo. Isso foi fundamenta­l para alavancar a equipa” “Orlando Duarte é claramente uma das figuras do futsal. Despertou em mim e em muitos outros uma grande paixão”

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