O Jogo

Ricardo pode falhar seis jogos

Treinador lembrou que a equipa já mostrou esta época como reagir de forma positiva a uma derrota

- ANTÓNIO M. SOARES

O treinador do FC Porto puxou uma cortina sobre a derrota sofrida com o Liverpool, concentran­do o foco no Rio Ave e na conquista de três pontos necessário­s para a alimentar a luta pelo título

O Rio Aveéo adversário que se segue após a goleada sofrida contra o Liverpool, mas mais do que as preocupaçõ­es em mudar o chip no regresso à luta pelo título, são as expectativ­as criadas em torno da capacidade de resposta que o FC Porto será capaz de dar hoje. Sérgio Conceição tratou de puxar a fita atrás e recordar as reações positivas que a equipa já teve após as derrotas com o Besiktas e em Leipzig.

A derrota na Champions acentua a importânci­a dos três pontos deste jogo?

—Quando preparamos um jogo, não pensamos no jogo que vem a seguir. Aqui é exatamente a mesma coisa, não podemos pensar no jogo anterior. Tenho de preparar a equipa a pensar no Rio Ave. Do último jogo, obviamente, tenho de tirar as ilações, ver o que não correu bem e tentar melhorar esses aspetos. No dia seguinte, dissecar o jogo que tivemos e a partir desse momento pensar no Rio Ave. A importânci­a deste jogo baseia-se nos três pontos e na importânci­a que têm na nossa caminhada.

No final do jogo com o Liverpool, o público despediu-se com aplausos, dando a mão à equipa. Até que ponto isso é importante? Durante estes dias de preparação para o jogo com o Rio Ave sentiu os jogadores feridos no orgulho?

—Acho que a empatia que existe entre o público e a equipa é importante, porque até ao jogo do Liverpool, nas competiçõe­s internas, temos um registo positivo. Na Champions, conseguimo­s passar uma fase de grupos difícil e equilibrad­a com o campeão turco, o vicecampeã­o alemão e o campeão francês. Estamos consciente­s daquilo que temos vindo a fazer desde o início da época, temos trabalhado com clareza, sem artimanhas, utilizando ao máximo os recursos que nos foram permitidos. Tivemos muitas dificuldad­es desde o início, mas estamos a dar tudo de nós. Depois há jogos que acontecem, percalços que acontecem, mas isso faz parte do futebol e da vida e os grandes campeões veem-se na forma como reagem nos momentos difíceis. E nós já reagimos depois das derrotas com o Besiktas e o Leipzig, dando respostas positivas. Isso tem que ver com essa força que os adeptos nos deram e a confiança que transmitem à equipa. Eles entendem que não é por falta

de rigor, nem de disciplina no trabalho. Essa empatia e essa simbiose que existe é espetacula­r, mas sei que os adeptos do FC Porto são muito exigentes e eu gosto dessa exigência, gosto dessa pressão boa. É bom ter essa pressão que nos estimula e nos dá força. Mas eu conheço esta casa e sei que nos momentos em que o público sente que tem de dar a mão dá, mas ao mesmo tempo sabemos que temos de dar uma resposta de acordo com o que temos feito até hoje.

Como sente a equipa? É fácil mudar o chip para regressar às vitórias no campeonato?

—Nunca me ouviram dizer que o principal objet ivo não era ocampeonat­o.Éo principal objetiv ode todas asequipas,t irando quatro ou cinco equipas na Europa, que podem pensar que o principal objetivoéa Liga dos Campeões e mesmo assim não acredito. Enquanto jogador, já estive em equipas que lutavam para ganhar a Liga dos Campeões, mas o principal objetivo era sempre ganhar o campeonato. Para nós, tem o fator acrescido de nãocon seguirmos ganhar o título há quatro anos. Mas o foco no campeonato­é total. Não nos escondemos de nada, não nos escondemos daqui loque foi a nossa prestação contra o Liverpool. Sabemos aquilo que representa uma equipa de top5emIngl aterra, mas não quero encontrar desculpas em nada, até porque eliminámos ovicecampe­ão alemão[ Leipzig ], que para mim joga no campeonato mais competitiv­o do mundo, e foi ganhar ao líder da Liga italiana, o Nápoles, por 3-1. Tenho de fazer uma análise do jogo, daquilo que devíamos ter feito, e nessa diferença tão grande que houve, que não existe verdadeira­mente, quanto a mim. Agora há que fechar a cortina do Liverpool e pensar no jogo de amanhã [hoje] com o foco total.

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