O Jogo

DUAS TORRES VARRERAM O TABULEIRO

Com mais dois golos de canto, o Benfica quebrou a (ténue) resistênci­a do Boavista e cavalgou para a goleada que lhe garante (de novo) a liderança

- Textos VÍTOR RODRIGUES

Foi na cabeça de Jardel e Rúben Dias, já depois de Jonas ter desperdiça­do mais uma grande penalidade, que se começou a desenhar um triunfo que o Boavista não soube sequer contestar

O Boavista entrava no Estádio da Luz com o estatuto de única equipa nacional que conseguiu, esta época, levar o campeão ao tapete, com um triunfo na primeira volta que se seguiu a dois empates nos encontros anteriores. O minitrauma axadrezado foi, no entanto, derrubado à cabeçada, com duas torres a abrirem caminho ao xeque-mate, deixando o tabuleiro de jogo livre para um triunfo que não deixa margem para dúvidas, tendo até o Benfica ficado a dever a si próprio a construção de um “score” mais expressivo.

Mesmo com um Jonas claramente em sub-rendimento – recuperou surpreende­ntemente de uma lesão no joelho esquerdo e Rui Vitória não abdicou do seu goleador-mor –, o Benfica apresentou uma dinâmica de jogo claramente com rotações a mais para um Boavista expectante em demasia e sem capacidade de preenchime­nto dos espaços, nomeadamen­te no seu flanco direito e no miolo.

Jorge Simão apresentou-se até com um esquema mais ofensivo, lançando um 4x4x2 com Fábio Espinho e Rui Pedro no eixo ofensivo e os extremos Yusupha e Kuca de clara tração à frente, mas a aposta em apenas dois médios, Sparagna e David Simão, constituiu um erro pela insuficiên­cia de mão de obra no momento da cobertura defensiva perante um carrossel encarnado sustentado pela capacidade de recuperaçã­o de bola de Fejsa e posterior transporte de Pizzi e, sobretudo, Zivkovic.

Ainda antes de o Benfica começar a colorir o marcador, Cervi conquistou um penálti que Jonas desperdiço­u (15’), mas a equipa não acusou o toque, de tal forma que puxou de outra arma, os lances de laboratóri­o, para encontrar o caminho do êxito. Tal como acontecera no jogo anterior na Luz, ante o Rio Ave, a dupla Jardel-Rúben Dias funcionou nas alturas e, sem vertigens, compensou a “ausência” do seu goleador, com Jonas emparedado nas marcações e sem capacidade para reagir.

JorgeSimão­procurouem­endar a mão logo ao intervalo e a verdade é que as entradas de Mateus e Renato Santos para os flancos trouxeram outra vivacidade ao Boavista, porque finalmente conseguiu colocar alguma areia na engrenagem contrária, nomeadamen­te na saída de bola do Benfica pelo seu flanco canhoto, mas também porque Yusupha se movimentou melhor nas imediações da área e o recuo de Fábio Espinho para terceiro médio equilibrou as contas no meiocampo.

A reação, diga-se, durou até aos 60 minutos, momento em que Henrique, após erro de Bruno Varela, e Mateus cheiraram o golo. Depois, e já com Pizzi mais descaído para a esquerda para prender o jogo contrário e Zivkovic a lançar o perigo na meia direita, aproveitan­do a entrada de Diogo Gonçalves para o lugar do apagadíssi­mo Rafa, o Benfica reencontro­u o fio condutor, voltou a carregar pelos flancos e o Boavista deixou de resistir às águias, que somaram lances de perigo, rechearam o marcador e, assim, voltaram à liderança, ainda que à condição.

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Centrais do Boavista impotentes para travar Jiménez
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