Este não é o meu último dia de sportinguista
T enho a certeza de que este não é o meu último dia de sportinguista. Menos de um ano depois das últimas eleições no Sporting Clube de Portugal, de onde saiu uma Direcção com mais de 86% de votos expressos, completamente legitimada para cumprir o seu programa e tornar o nosso clube campeão, temos uma Assembleia Geral para discutir assuntos que não são nada urgentes, nem prementes, para a estabilidade sportinguista, mas que se tornou numa AG eleitoral completamente anómala, sem grande possibilidade de discussão das propostas de alteração aos estatutos e sobre o regulamento disciplinar. Não vou discutir os pressupostos jurídicos desta AG, visto que há sobre a mesma dúvidas que advêm também da forma como terminou a última AG, certamente algumas delas serão pertinentes, deixando isso para os juristas. No entanto, sempre posso adiantar que esta pressão sobre os associados é completamente inadmissível. Há quem esteja contra as propostas e pretenda que o actual presidente se mantenha e o contrário também poderá acontecer. Isto é, as propostas em votação não serão avaliadas “per se”, mas sim pela consequência da sua aceitação ou recusa. Independentemente de se concordar ou discordar dos pontos em apreço, o que se vai votar é se o actual presidente deve ou não continuar, a seu pedido! Sem qualquer necessidade ou consequência positiva para o Sporting Clube de Portugal. O actual presidente sai reforçado, não mais forte, e o nosso clube sai mais fraco, disso não tenho dúvidas. Oxalá, o futuro próximo não me dê razão! Depois do jogo em Astana, as declarações do actual presidente são de fazer chorar as pedras da calçada: “Sinto que este é o meu último jogo com presidente do Sporting.” Alguém acreditava nisto? Eu não. Este apelo constante a “não me deixem cair” começa a ser algo patológico. Tanto que há para fazer e melhorar e mantemo-nos nestes registos. Aliás, é caso para perguntar como seria apelidado um sportinguista que retirasse do foco da comunicação os problemas que afetam o nosso rival? Foi precisamente isso que foi conseguido. Incrível, mas verdadeiro. O discurso de abertura da AG foi mais uma oportunidade perdida. Falar de “trampa de pessoas”, referindo-se a sócios, num discurso inaugural beneficia o Sporting? Tenho a certeza que não. Já chega de comentar esta pressão sobre os sócios, esta “chantagem” sobre quem gosta do Sporting. Os sócios que foram votar foram soberanos. Quer eu concorde, ou não, com a decisão. Acabaram as desculpas. Pelo menos as internas. Vou mudar de linha e encerrar este tema. Voltando ao futebol principal do Sporting podemos dizer que Bruno Fernandes e Gelson Martins se mantém em níveis absolutamente fantásticos, percebendo-se facilmente a razão de Jorge Jesus se “esquecer” de os poupar. Já Doumbia, esse “patinho feio” da equipa, continua, na minha opinião de treinador de bancada, a mostrar que pode ser útil à nossa equipa, assim esta tire partido das suas características e os golos marcados sejam devidamente validados. Em Astana, Bruno Fernandes marcou, deu a marcar e encheu o campo, fazendo várias posições e acabando a dar um contributo decisivo, num ambiente adverso ao bom resultado da nossa equipa, deixando-nos mais próximos da próxima ronda europeia. Também a UEFA distinguiu o nosso médio, na equipa da jornada desta ronda da “Europa League”. Um destaque justíssimo que, espero, venha a ter consequências na sua ida ao Mundial da Rússia. Na segunda-feira, em Tondela, vem mais uma final em que não se podem perder pontos. Viva o Sporting.
O presidente sai reforçado, não mais forte, e o nosso clube sai mais fraco, não tenho dúvidas