O Jogo

NA LINHA DE CRUYFF SEM VENDER A ALMA

Miguel Cardoso tem como principal preocupaçã­o manter a equipa equilibrad­a frente ao FC Porto, mas garante que não abdica de ter a bola

- ANDRÉ VELOSO GOMES

Apesar dos resultados pesados nas visitas a FC Porto (3-0), na Taça da Liga, e Benfica (5-1), o treinador da formação vila-condense vai continuar a jogar da mesma forma ambiciosa em todos os estádios

Com a certeza de que a goleada sofrida pelo FC Porto com o Liverpool, na Liga dos Campeões, não influencio­u a preparação do jogo, Miguel Cardoso, treinador do Rio Ave, realçou a importânci­a da “análise tática e estratégic­a que os treinadore­s fazem do adversário e aquilo que querem impor da sua identidade”. “Estes são encontros jogados no limite e um detalhe faz a diferença, como a questão do equilíbrio. Não queremos abdicar de jogar, mas temos de estar permanente­mente equilibrad­os, percebendo quando a bola está coberta e cobri-la o mais possível para que o adversário não possa jogar em profundida­de. É importante sermos muito reativos na perda da bola”, avisou o técnico, garantindo que quer “gerir a bola, não para passar tempo, mas para encontrar caminhos” até à baliza contrária.

Miguel Cardoso rejeitou a ideia de que a sua equipa é menos eficaz contra os grandes ao jogar de forma destemida e com posse de bola, e não irá “abdicar de um conjunto de valores instituído­s”. “Não acho concebível ter um modelo que sirva para ganhar ou perder e que só sirva para ganhar ao FC Porto. Isso não existe. Quando cheguei ao Rio Ave, tentei implementa­r uma filosofia assente num conjunto de princípios que também nos permite competir com equipas grandes. É uma falsa questão dizer que se mantivermo­s a nossa identidade corremos mais riscos a jogar com o FC Porto. Isso seria dizer que o nosso modelo de jogo é pobre, que nãoécompe tente. Não consigo jogar com estas equipas só com pontapé longo”, explicou, terminando com uma citação de um treinador mítico. “O Johan Cruyff dizia que não há medalha melhor do que ser aclamado pelo seu próprio estilo. Não vamos vender a alma ao diabo”, assegurou.

E deixa bem marcadas as suas ideias e o que o pretende da equipa hoje: “Quero que a minha equipa seja agressiva quando não tiver a bola, que encurte espaços ao FC Porto, para igualar um pouco as diferenças de valia entre as duas equipas.”

“Não acho concebível ter um modelo que sirva para ganhar ou perder e que só sirva para ganhar ao FC Porto. Isso não existe” “Temos de cobrir a bola o mais possível para que o FC Porto não possa jogar em profundida­de, sendo reativos na perda da bola” Miguel Cardoso Treinador do Rio Ave

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Miguel Cardoso não muda de estratégia

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