O Jogo

DESEMPATE É SEMPRE QUESTÃO DE ORGULHO

Pedro Martins quis temperar o Vitória de Guimarães-Braga com uma dose de sensatez. A história dos vizinhos ri desse esforço

- MÓNICA SANTOS

Desta vez, há mesmo margem para afirmar que o desafio ultrapassa os três pontos e as respetivas consequênc­ias na tabela da I Liga: o empate no histórico dos resultados aquece o clássico

A sensatez não é novidade nos predicados de Pedro Martins. Num clássico minhoto a jogar-se no Berço, em mais uma época em que o ambiente em redor da equipa do Vitória de Guimarães parece só conhecer os extremos, o treinador quis dar ao jogo apenasaimp­ortânciama­temática dos três, bastante para a corrida teimosa pela zona europeia onde o Braga vive, e retirar da estratégia a questão do orgulho entre rivais. Desta vez, porém, os números não deixam. É certo que tudo o que a equipa tem a ganhar ou perder nesta jornada é muito importante, no entanto, o orgulho não pode ficar de fora, porque o clássico encontra os emblemas empatados em 53 vitórias, no registo dos 134 jogos que já juntaram os rivais. Para Pedro Martins, será um problema não sair na frente nesta discussão. Não pelo facto de os vizinhos de Braga ganharem um argumento valioso nas discussões que alimentam a rivalidade que há de durar para lá da próxima jornada (em circunstân­cias normais, o rescaldo esgota-se com o jogo seguinte), mas porque o fosso para o quarto lugar é já enorme: são 17 pontos e há que incluir ainda Rio Ave, Boavista e Chaves na lista dos obstáculos no caminho desse desafio tremendo que é apontar à Europa. Nos últimos dez jogos, que incluem Taça de Portugal e Taça da Liga, o Vitória de Guimarães conseguiu apenas duas vitórias, nas jornadas recentes do campeonato, com Estoril e Paços de Ferreira e intercalad­as com derrotas Alvalade e no Bessa – no mapa do orgulho vimaranens­e, este último é um ponto sensível. O Braga entra no D. Afonso Henriques com o ego arranhado pelo pior resultado de uma época passada toda lá no topo da tabela e com tudo a ganhar no jogo do orgulho: nos últimos dez desafios, venceu cinco. Também sofreu golpes duros, como a derrota que custouapre­sençanafin­alaquatro da Taça da Liga ou este agora no Vélodrome. Tem, contudo, a tendência para não se deixar abalar na Liga: é quarto desde a nona jornada.

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Raphinha e Rosic no duelo da época passada

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