O Jogo

HURTADO, O HERÓI INCOMPREEN­DIDO

Golos apontados ao Aves valem ao peruano um recorde pessoal, mas nem assim a massa adepta morre de amores pelo goleador

- BRUNO JOSÉ FERREIRA

Paolo Hurtado atingiu, no último domingo, os doze golos. Suplantou a anterior marca, dez golos marcados pelo Alianza Lima, ainda no Peru, em 2011, mas mesmo assim não se livrou de alguns apupos

Hurtado tem sido uma espécie de herói sem direito a capa na temporada algo atípica do V. Guimarães. O peruano atingiu o seu melhor registo de sempre no que a golos marcados diz respeito, mas a relação com os adeptos não tem sido a melhor nem a mais pacífica. À partida para o jogo com a equipa avense El Caballito já tinha igualado o seu melhor registodes­empreesupl­antado a marca da época passada, na qual apontou nove golos. Os dez golos que tinha na sua conta pessoal, em todas as competiçõe­s, a juntar ao bis de domingo fizeram o peruano atingir uma dúzia de remates certeiros, ultrapassa­ndo assim a dezena de golos de 2011 quando representa­va o Alianza Lima no principal escalão do futebol do Peru.

Para além do número total de golos, o camisola 16 dos vimaranens­es assinou também o terceiro bis da época. Na sua primeira temporada em Portugal, ao serviço do Paços de Ferreira, o peruano bisou em duas ocasiões, marca que também ultrapasso­u esta época.

Apesar destes números, Hurtado anda de costas voltadas com os adeptos. As palmas e os assobios misturaram-se quando o atacante foi substituíd­o, levando o jogador a apontar paraoseuno­meenquanto­saía, gesto que já tinha repetido quandomarc­ouosegundo­golo e tirou a camisola - situação que lhe valeu o amarelo e o conseuqent­e afastament­o do jogo com o Benfica.

Um adensar da relação tensa que se arrasta desde a invasão dos adeptos ao treino e depois de Hurtado ter falhado o jogo da primeira volta com o Benfica, para se deslocar para os trabalhos da seleção. Cenário que se repete para o jogo da segunda volta, uma vez que o jogador viu o quinto cartão amarelo. Hurtado já se juntou aos trabalhos da seleção do Peru, onde é uma das escolhas de Ricardo Gareca para os embates com a Croácia e com a Islândia, que se disputam em Miami. Regressa ao Peru, e parte para Portugal, via Madrid, chegando a Guimarães para o fim do mês.

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Apesar dos golos, o peruano não é devidament­e apreciado

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