Depois da “suspensão” só resta a demissão
Este é o mais difícil texto que escrevo. Falar do Sporting Clube de Portugal num momento como o que vive o clube do meu coração é muito complicado. A racionalidade que deve acompanhar as SAD cotadas em bolsa está completamente arredada dos episódios recentes. Desvalorizar os principais activos (os jogadores) publicamente não lembra a ninguém responsável e é um acto de gestão danosa. As acções do Sporting SAD caíram a pique e foram suspensas, como seria de esperar depois deste verdadeiro haraquíri. Como já aqui referi, as minhas “quezílias” com o actual presidente começaram por causa das críticas a Marco Silva, poucos meses depois de este ter sido contratado por quatro anos. Um acto de gestão importante e que deveria ter sido ponderado acabou como todos sabemos, com o episódio caricato do processo disciplinar ao treinador que nos deu um título importante neste longo período de falta deles. Será que os Sportinguistas ainda se lembram das críticas públicas aos jogadores depois de Guimarães, nessa época de Marco Silva? Ou dos episódios mais recentes em Setúbal e Chaves, que no primeiro caso provocaram a saída de Geraldes e Ryan Gauld do Setúbal, clube a que estavam emprestados e onde evoluíam e se valorizavam, enquanto em Chaves o actual presidente foi ao balneário criticar os jogadores, tendo havido reacção dos capitães Adrien e Rui Patrício? Nesta época, em que estamos em várias frentes e com todas as hipóteses em aberto, aquele que deveria ser o garante da estabilidade e da união do grupo resolveu introduzir duas assembleias gerais com temas completamente desnecessários e fracturanvi tes, retirando o foco que então estava no clube rival, com vários problemas em mãos, e obtendo na segunda uma “entronização absurda”. Como se não bastasse, na semana antes do jogo em Braga tivemos mais umas “atitudes inteligentes” que acicataram ainda mais os bracarenses. Tudo atitudes cheias de bom senso e com resultados conhecidos! Fomos a Madrid e começámos o jogo com um erro grave do nosso central Coates, que teve um jogo que lhe correu bastante mal. Depois sofremos um segundo golo numa jogada de azar de Mathieu, que não segurou uma bola e deu origem ao resultado final. Pelo meio tivemos oportunidades que não conseguimos concretizar. No cômputo geral, o resultado final poderia ter sido melhor, mas confesso que já jogos do Sporting com piores exibições e, apesar de difícil, continuava a haver hipóteses de passar a eliminatória. Eis senão quando surgem as reacções completamente disparatadas de quem deveria ser exemplar. Infelizmente, quem deveria ser o maior garante da estabilidade voltou a ser o maior foco de instabilidade da equipa de futebol. Racionalmente não há uma explicação para estes episódios. Será que há outros problemas que provocam este tipo de reacções? O futuro o dirá. Espero e desejo que o bom senso impere e que se consiga minimizar o elevado prejuízo já causado ao Sporting Clube de Portugal. Todos os profissionais do Sporting devem ser tratados com dignidade e não merecem o tratamento que foi aplicado aos jogadores. Inaceitável a atitude de alguém que mostrou, claramente, que não reúne as condições mínimas para desempenhar as funções remuneradas que desempenha. Se esta é a prometida “gestão de excelência”, estamos conversados. Depois de todos os recentes episódios desta triste novela, o pedido de demissão é a única solução. Certamente haverá quem recupere o bom-nome do Sporting.
Inaceitável a atitude de alguém que mostrou, claramente, que não reúne as condições mínimas para as funções