O Jogo

VITÓRIA SÓ CAI FORA DE HORAS E COM CASTIGO

TANGENTE O Benfica arriscou entregar ao FC Porto o bilhete de regresso ao topo da Liga num jogo em que mandou na primeira parte, mas foi vergado na segunda

- VÍTOR RODRIGUES Textos

Águias entraram a perder, ainda empataram na primeira parte, mas desaparece­ram na segunda e só apertaram o cerco na ponta final, já depois de os sadinos terem desperdiça­do ocasiões soberanas O Benfica arquivou mais uma final e voltou à Luz com três pontos na bagagem, que atiram para o lado do perseguido­r FC Porto o peso da responsabi­lidade de encurtar para apenas um ponto a diferença que ontem ficou cravada em quatro. Os encarnados, porém, não se podem gabar da exibição que sustentou uma vitória alcançada ao cair do pano e na sequência de um castigo máximo, que desvirtua a excelente atuação da equipa sadina.

De facto, o Benfica não carburou em quase toda a segunda parte, atirou-se para cima do adversário na ponta final, masco ma aposta nojogod ire to, já depois deter visto o Vitória de Setúbal criar e desperdiça­rtrês oportunida­des degolo, uma delas soberana. Sem a organizaçã­o e as constantes trocas de bola que, noutras partidas, resultaram em lances letais, as águias expuseram-se, correram mesmo um grande risco de deixar pontos demasiado preciosos na ponta final da corrida ao título.

O golo da salvação, apontado já fora de horas e de penálti, foi efusivamen­te festejado pelos encarnados, dentro e fora do relvado, demonstran­do a importânci­a que teve um triunfo arrancado a ferros em vésperas do clássico da Luz ante o FC Porto. Em determinad­as fases do jogo, percebeu-se que esta responsabi­lidade pesou toneladas, tendo o Benfica encontrado pela frente um adversário que causou inesperada­s dificuldad­es e que, com outra eficácia, poderia ter baralhado as contas do campeonato.

A primeira dificuldad­e surgiu antes do início do encontro, com o goleador Jonas a apresentar queixas no aqueciment­o e a ter de ser rendido no onze por Jiménez. O plano de jogo mudava, o mexicano não joga como o camisola 10, o que influencia a estratégia ofensiva das águias. E logo surgiu mais uma dificuldad­e, pois os encarnados viram-se a perder com um golo logo aos três minutos que pôs um ponto final num ciclo de quatro jogos com a baliza a salvo.

O Benfica demorou a reagir perante um V. Setúbal que olhou o adversário de frente e com uma estratégia que colocou problemas à fluidez ofensiva dos visitantes. José Couceiro entrou com apenas dois médios-centro e colocou dois elementos na linha da frente, com Edinho a tentar segurar os centrais e André Pereira na dupla função de acompanhar o ponta de lança e, ao mesmo tempo, cortar a circulação de jogo recuada dos encarnados. Por isso, Pizzi demorou a pegar no jogo, mas o aumento de velocidade verificado a meio da primeira etapa deu-lhe espaço e o Benfica finalmente carregou sobre o opositor, tendomater­ializado o ascendente em golo, por Jiménez (28’).

Tudo mudou na segunda parte. Os sadinos asfixiaram os encarnados no miolo, obrigando-os a apostar quase em exclusivo no jogo exterior, onde Rafa e Cervi, desinspira­dos, não criavam ruturas. Em sentido contrário, com Nuno Pinto e Costinha esclarecid­os nas transições, a equipa da casa esteve muito perto do golo, tendo faltado a eficácia que Jiménez teve no castigo máximo que funcionou como um suspiro de alívio.

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Jardel afasta o perigo com Edinho pela frente
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