BURNOUT, “BRUNOUT”... E QUASE KNOCKOUT
Após uma primeira parte em que atirou o adversário para a vulgaridade, faltou acerto aos leões para ficarem na Europa, sem presidente por perto
Em 3x4x3, muito coeso e a jogar seguro, o Sporting foi superior aos colchoneros, que só aos 57’ visaram pela primeira vez as redes protegidas por Patrício. Pois é... Bas Dost fez mesmo muita falta...
Foi quase, mas valeu. Dentro deste espírito saíram os sócios e adeptos leoninos de Alvalade, resignados com a eliminação aos pés do favorito Atlético de Madrid, mas de coração quente com a equipa, que banalizou os espanhóis durante toda a primeira parte, chegou a ter a possibilidade de reviravolta a seus pés (e na cabeça de Gelson...), mas pagou a falta de acerto... e a desvantagem trazida do Wanda Metropolitano. No final, a equipa limpou o suor com garbo e dignidade, após uma inusitada semana que tornou público o recrudescer de uma guerra aberta com o presidente Bruno de Carvalho, que nem chegou perto de Alvalade. As pazes entre público e atletas não são de agora. O armistício com o líder... esse não se sabe se e quando será assinado.
Sem William, Bas Dost, Coentrão e Piccini, Jesus apostou no 3x4x3, com três centrais de raiz (André Pinto, Coates e Mathieu) na faixa mais recuada. Sob um dilúvio, os leões começaram a rilhar os dentes logo aos 4’ num golpe de cabeça perigoso de Acuña. Por cima, a agarrar o jogo pelas rédeas, novamente nos ares, só mesmo um Oblak colossal tirou um golo certo de cabeça a Coates (11’). Em carrossel, com trocas constantes entre o trio mais adiantado onde pontificavam Gelson, Montero e Bruno Fernandes, os verdes e brancos foram conseguindo confundir os colchoneros. A jogar seguro e com o sistema bem traduzido, o Sporting dominava e até superou a primeira contrariedade, na saída forçada por lesão de Mathieu. Petrovic rendeu o gaulês aos 26’, colocou-se a líbero e André Pinto encostou à esquerda na defensiva. Antes que a meia horachegasse,chegouprimeiro o Sporting à vantagem, quando Oblak não desviou um centro largo de Bruno Fernandes e Montero surgiu à sorrelfa no segundo poste para faturar. Entretanto, o Atlético de Madrid esboçava a reação, mas movimentava-se sem direção pelo campo, incapaz de articular jogo. Continuando sobretudo a explorar as faixas laterais, os leões continuaram a dominar até final da primeira parte... da qual Patrício foi um espectador. Com Bas Dost em campo, o falhanço de Gelson antes do intervalo era quase impossível...
Após anular o adversário no primeiro período, o Sporting voltou bem, com o Atlético a parecer que via pelo retrovisor o conforto encolher na distância com a saída por lesão de Diego Costa (52’). Mas a entrada de Fernando Torres colocou a turma portuguesa em sentido, ameaçando logo após a entrada em dois momentos e incutindo o arreganho que faltava ao Atleti, que só aos 57’ fez o primeiro remate. O jogo dividiu-se. A areia foi deslizando pela ampulheta e Jesus apostou primeiro em Rúben Ribeiro e depois em Doumbia. A ir com tudo, o Sporting expôs-se e Griezmann teve o empate a seus pés por duas vezes. Sem tempo, pulmão ou armas bastantes para virar a mesa ou ir para prolongamento, o leão teve de contentar-se com o esforço.