“Danilo era jogador fundamental...”
Selecionador lamenta ausência do portista e admite que os planos da convocatória têm de ser repensados noutros moldes
Características do médio portista permitem adaptálo a várias missões e, face à indisponibilidade, a escolha dos 23 para a Rússia terá de ser moldada de forma diferente da que estava pensada
Fernando Santos admitiu que a lesão de Danilo foi um golpe duro na estratégia para o Mundial, sugerindo ainda que substituí-lo não se reduzirá a uma mera troca por troca nos planos. “Acabamos de perder o Danilo, que considerávamos fundamental para o Mundial, não só pela sua qualidade, mas também nas opções que nos dava para estruturarmos de forma diferente a escolha dos 23 jogadores convocados”, explicou, em entrevista ao Goal.com, embora até tenha usado esse tema como exemplo para uma das missões que faz parte do ofício: resolver imprevistos.
Com o título europeu sobre os ombros, Fernando Santos não vê nesse estatuto uma carga adicional de responsabilidade, distribuindo o real favoritismo por outros candidatos. “Brasil, Alemanha, Espanha, Argentina e França”, enumerou, sem que daí se possa inferir qualquer falta de ambição portuguesa. “Sabemos que não somos favoritos e aceitamos o favoritismo das outras equipas, mas isso não quer dizer que não tenhamos ambição e o objetivo claro de entrarmos em cada jogo para ganhar”, vincou. As recentes exibições nos particulares da Suíça, com Egito e Holanda, deixaram-no em estado de alerta. “Temos várias coisas para melhorar”, avisou, lembrando que o mesmo sucedera no início da caminhada quando a Seleção perdeu com os suíços.
Ter Cristiano Ronaldo é uma vantagem, reconhece, mas o segredo para um bom desempenho tem de ser mais abrangente. “Para ganhar, temos de ter uma equipa e jogar como equipa.”
Numa entrevista descontraída, Fernando Santos admitiu que o vício do tabaco continua e não faz planos para prometer deixá-lo caso vença o Mundial. “Já reduzi muito o número de cigarros que fumo. Ao contrário do que se possa pensar, não sou de fazer promessas,muito menos no campo desportivo. Sei que o que se faz no campo depende essencialmente da estratégia, do plano, do que se treina e da forma como se trabalha”, rematou.