Kovac no Bayern enfurece Frankfurt
Bávaros revelam sucessor de Heynckes na véspera de jogos-chave do Eintracht e são acusados de “desrespeito e falta de profissionalismo”
O Eintracht está no quinto lugar da Bundesliga, a dois pontos do quarto posto, que dá acesso à Champions. E também luta pela Taça, motivo pelo qual o diretor desportivo Fredi Bobic não cala a revolta
O momento escolhido pelo Bayern para anunciar Niko Kovac como o treinador eleito para suceder a Jupp Heynckes (em junho) provocou a indignação e ira do Eintracht Frankfurt – ainda sob o comando técnico do croata – envolvido numa luta acérrima por um lugar na Champions e pela Taça da Alemanha. “É um comportamento que consideramos aborrecido, desrespeitoso e pouco profissional”, acusa Fredi Bobic, diretor desportivo do Eintracht.
“Este é um período crucial para nós, podemos conquistar muito nas próximas semanas, pelo que é lamentável que tenham tornado este assunto público antes de nos consultarem”, acrescenta o mesmo responsável, aludindo ao jogo de hoje em Leverkusen e ao de quarta-feira em Gelsenkirchen, na meia-final da Taça, frente ao Schalke 04. A equipa onde brilha Luka Jovic, cedido pelo Benfica, é quinta na Bundesliga a dois pontos precisamente do rival de hoje.
Seis dias depois de se ter sagrado hexacampeão, o emblema de Munique prepara assim a nova era, anunciada pelo diretor desportivo Hasan Salihamidzic, causando algum perplexidade. Reconhecido pelo trabalho em Frankfurt, Kovac, de 46 anos, é uma opção que representa uma rutura com o paradigma do Bayern e a sua política de seleção de técnicos com palmarés (casos recentes de Heynckes, Ancelotti, Guardiola e Van Gaal). Niko Kovac ainda não conquistou qualquer troféu como treinador, mas “conhece o ADN do clube”, enfatizou, entretanto, Salihamidzic referindo-se às três épocas (entre 2001 e 2003) em que Kovac foi seu colega de equipa, conquistando uma “saladeira”, uma Taça. Certo é que a sua única experiência anterior ao Eintracht terminou mal, entre divergências com os jogadores e maus resultados que conduziram ao despedimento do comando da seleção Croata, onde esteve dois anos.