Por um lugar na história
Avenses partem em vantagem, mas a formação do campeonato de Portugal sonha com o Jamor
O defesa nascido na Amadora chegou ao clube após uma experiência de três épocas no Sporting, onde fez vários jogos na equipa mais ganhadora do clube, onde pontificavam os famosos Cinco Violinos
Poucos se lembrarão, mas este emblema que hoje discute um lugar no Jamor já andou a jogar taco a taco com os maiores. Uma vitória em casa do Belenenses, um empate com o FC Porto ou um triunfo sobre o Benfica, neste mesmo Campo da Mata, foram algumas das melhores páginas do Caldas. Do grupo de jogadores que, na altura, subiu pela primeira vez à então chamada I Divisão, já só está vivo Amaro da Silva, lateral-direito que antes tinha jogado três épocas no Sporting, com os famosos Cinco Violinos. “O Passos metia na esquerda para o Albano, este centrava e... golo. Ou então metia na esquerda para o Jesus Correia, que corria com a bola, vinha para o meio, rematava e golo. Era assim que o Sporting jogava”, lembrou dos tempos de Alvalade este jovem de 92 anos. “Saí do Sporting porque pagava pouco. Os internacionais ganhavam 1500 escudos por mês, mas eu só ganhava 500. No Montemor ofereceram-me mais e fui para lá. Só treinava lá à quinta-feira e depois ia jogar ao domingo. Na época a seguir é que vim para o Caldas, ganhar também 1500 escudos”, acrescentou.
Sobre um dos momentos que o marcaram, lembra que o Caldas foi a primeira equipa a ganhar no Estádio do Restelo. “Jogavam lá o Matateu e o Vicente. Marcámos de penálti, mas se tivéssemos perdido por quatro ou cinco não era de espantar. Eles remataram muito e nós defendemos quase sempre, mas tivemos sorte”, lembrou.
Amaro ainda conduz, trabalha “duas horas de manhã e um pouco mais de tempo da parte da tarde” e, apesar de alguns problemas de saúde, tem um objetivo: “Queria bater o recorde de 106 anos do Manuel de Oliveira, mas não sei se consigo”, disse um antigo lateral ao jeito de um atleta do atual plantel leonino: “Eu era do género do Coentrão. Se era melhor não sei, os tempos são outros. Eu fazia o corredor todo. Agarrava na bola, ia por ali fora e depois endossava a um companheiro.”
O Passos metia na esquerda para o Albano, este centrava e... golo. Era assim que o Sporting jogava” “Saí do Sporting porque pagava pouco. Fui para Montemor, mas só treinava à quinta e jogava ao domingo” “Eu era como o Coentrão. Se era melhor não sei, os tempos são outros” Amaro da Silva Antigo jogador do Caldas