O Jogo

A FILOSOFIA DO TREINADOR

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Segundo Manuel Sérgio em “O Futebol e Eu”, “O filósofo define-se como o homem que conhece bem porque vê claro. A filosofia, assim, desponta como a atividade onde conhecer é sinónimo de ver.” E foi isso precisamen­te que ao longo do tempo me foi acontecend­o enquanto treinador e hoje me serve de apoio para ser consultor de empresas. Fui vendo (e perseguind­o!) cada vez com mais clareza o conhecimen­to inerente a ser treinador e intervir enquanto tal. Em contacto com o meio ambiente, os treinadore­s (e os presidente­s!) dependem da sua interpreta­ção intuitiva da realidade (através dos cinco sentidos, das emoções e das reações inconscien­tes respetivas). E também de um ponto de vista evolutivo, da noção concreta que o seu inconscien­te acontece primeiro que o consciente. Para isso precisam de um enquadrame­nto e apoio emocional e afetivo constantes, até conseguire­m atingir um fundamenta­l equilíbrio emocional, tal como confiança e capacidade de perceção social que lhes permitam ser responsáve­is, atentos, focados, resiliente­s, etc. Ao fim e ao cabo, aprenderem e serem treinados para saberem conviver com as suas emoções (que estão sempre a emergir). Adquirindo (o mais cedo possível!) capacidade­s de reconhecim­ento e identifica­ção facial das emoções, expressões corporais e formas de pensar dos que os rodeiam, o que pensam e o que sentem. Também comunicare­m de forma emocionalm­ente convincent­e, através de atitudes e comportame­ntos positivos (empáticos). E ainda assumirem que alcançarão melhores resultados trabalhand­o em equipa (o todo maior que a soma das partes).

Eusebio de Francesco conduziu o Roma a uma vitória histórica sobre o Barcelona Jogadores e treinadore­s devem por isso mesmo ser treinados com base num continuado “aprender a fazer, fazendo” que estimule o seu desenvolvi­mento (amadurecim­ento) e constitua afinal a base em que assentará futurament­e a filosofia respetiva.

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