LUIZ ANDRADE “Sporting vai ter de suar muito”
Foi a partir da vitória dramática com o Rio Ave, nas grandes penalidades, após um 4-4 no prolongamento, que Luiz Andrade, presidente da SAD do Aves, começou a achar que era possível alcançar o Jamor
O triunfo com o Caldas não foi a vitória mais saborosa desde que Luiz Andrade preside à SAD do Aves, mas foi a “mais importante”. O líder dosnortenhoscontouquenão gosta de ver, ao vivo, outros jogos que não os dos avenses e revelou que vai prescindir da Tribuna Presidencial para se misturar, no dia da final da Taça, entre os adeptos. Dirigente quer que o crescimento
do clube seja “sustentado”.
Apesar de ter projetado uma época ambiciosa, imaginava que era possível chegar à final da Taça de Portugal?
—Não, nunca me passou pela cabeça e não era um objetivo, passou a ser um propósito no dia em que ganhámos ao Rio Ave. Essa vitória com o Rio Ave foirealmenteoestaloquesentimos para chegar à final. A partir dali, achámos que tudo era possível e que tínhamos outro objetivo que não só a permanência, porque o Rio Ave tinha eliminado o Benfica e o Braga, que, para mim, é a equipa que joga o futebol mais atrativo em Portugal.
No último jogo com o Feirense misturou-se entre os adeptos. Tenciona fazer o mesmo no Jamor?
—Vou abrir mão da Tribuna Presidencial. Na época passada, tive a oportunidade de ir ver a final da Taça, já que todos os clubes recebem um convite, mas não gosto de ver outros jogos ao vivo que não os do Aves e dei o nosso convite ao Vieira [diretor-geral]. Quero estar com os adeptos e quero viver essa emoção com eles. Vocês, portugueses, falam muito do ambiente do Jamor e eu quero viver esse ambiente. Tenho muitos amigos de Cascais [local de residência] que vão ver o jogo e vão fazer um porco no espeto. Eu quero estar
“José Mota é o meu treinador e não há dúvidas disso”
Arrependido. Se pudesse voltar atrás, Luiz Andrade tinha, no final da época passada, renovado com José Mota, treinador que devolveu o Aves à I Liga. “Já tinha coisas apalavradas e não quis faltar com a palavra, mas foi um erro que cometi. Mal tive oportunidade, corri para o Mota, pois sabia que ele nos ia ajudar”, afirmou. Com contrato até ao final da próxima época, Mota vai continuar na Vila das Aves, mesmo que desça de divisão. “Já lhe disse que se descermos tem a obrigação de nos voltar a subir, mas nós não vamos descer. José Mota é o meu treinador e não há qualquer dúvida sobre isso.”
Luiz Andrade garantiu que, no Jamor, vai prescindir da Tribuna Presidencial para se misturar entre os adeptos
“Vocês, portugueses, falam muito do ambiente do Jamor e eu quero viver esse ambiente”
“Disse a José Mota que, se descermos, ele tem a obrigação de nos subir outra vez. Mas nós não vamos descer”
“Ricardo Soares pode voltar a trabalhar num bom clube. Lito Vidigal foi uma deceção como pessoa e como treinador”
com os meus amigos e com as mais de seis mil pessoas que vamos levar das Aves.
A vitória com o Caldas foi a mais importante desde que está no Aves?
—Sim, foi a mais importante, mas o mais saboroso foi o empate com o União da Madeira, que valeu a subida à I Liga.
O que disse no balneário?
—Antes do jogo, disse-lhes que, independentemente do resultado, a qualidade deles nunca ia mudar e que se chegassem à final iriam ser muito valorizados.
Com o crescimento que o clube tem tido, a fasquia junto dos adeptos está muito alta?
—Os adeptos estão a viver o sonho que estamos a construir. Estamos a crescer de forma sustentada mas, se não conseguirmos crescer de forma sustentada, tudo isto é ilusão. Contudo, estamos cá para planear e estruturar o clube.
Se o Aves ganhar a Taça de Portugal, apura-se para a Liga Europa. Um Aves europeu é uma ambição sua...
—Se isso acontecer, realizo os meus objetivos de forma muito rápida. Só que temos de ter cuidado com este crescimento rápido. Temos de crescer de forma sustentada.
O Sporting é teoricamente favorito na final?
—O Sporting, para nos ganhar, vai ter de merecer e vai ter de suar muito para conseguir isso.