O Jogo

FANTASMA DO CALDEIRÃO VIVE NA CABEÇA PORTISTA

A última vitória do FC Porto nos Barreiros já data de 2012. De então para cá houve três empates e três derrotas. Xavier (ex-Marítimo) fala de um adversário que viaja condiciona­do pelo medo

- ANTÓNIO M. SOARES

Marítimo tem-se alimentado do medo com que o FC Porto encara as deslocaçõe­s aos Barreiros. Xavier (exMarítimo) acredita que no domingo, caso não haja golos nos primeiros 20 minutos, tudo pode repetir-se

O FC Porto não vence o Marítimo na Madeira desde 2012. De então para cá são já seis jogos – três empates e outras tantas derrotas – sem vencer e 12 pontos perdidos a contar para o campeonato a que se soma uma derrota nas meiasfinai­s da Taça da Liga (2-1), em 2014/15. Xavier, hoje jogador do Paços de Ferreira, foi um dos protagonis­tas que alimentara­m o fantasma dos dragões entre 2014/15 e 2016/17, nas três épocas em que vestiu as cores do Marítimo. A O JOGO contou aquilo que pode estar na origem desta maldição. “O Marítimo, só por si, é forte em casa. No Caldeirão é sempre muito difícil e, tratando-se de um grande, galvaniza sempre mais a equipa. Mas parece-me que é tudo mental, o FC Porto vai à Madeira com receio, o que torna as coisas mais difíceis para eles e tudo acaba por correr mal. Com o tempo e os

“Dava-nos outra confiança saber que o FC Porto tinha dificuldad­es nos Barreiros. Ajudava-nos a encarar o jogo mais confiantes”

Xavier

Jogador do Paços Ferreira

resultados, tornou-se uma tradição”, explicou Xavier que ainda recentemen­te tirou três pontos ao FC Porto, na Mata Real.

Com Julen Lopetegui aos comandos, os dragões perderam duas vezes e empataram uma. “Acho que até ele já ia lá com medo. Nunca ganhava. Mas repito, acredito que seja mental, porque os jogadores iam receosos e isso complicava­lhes mais a vida. Não acredito que tenha qualquer outra razão”, acrescento­u. Do outro lado, o Marítimo tentou sempre tirar proveito dos fantasmas do FC Porto. “Dava-nos outra confiança saber que o FC Porto tinha dificuldad­es nos Barreiros e isso também nos ajudava a encarar o jogo de outra maneira, mais confiantes ao saber que iam jogar com medo”, apontou. Depois, qualquer questão era suficiente para alimentar a situação. “Na meia-final da Taça da Liga, Lopetegui andava a ver o relvado e queixava-se de que a relva estava alta e o terreno seco. Eles gostavam de fazer um jogo rápido e fluído e a relva mais alta e seca travava mais a bola. Não conseguiam imprimir a velocidade que queriam no jogo”, recordou, Xavier, lembrando a polémica.

Desta vez, para além do peso da maldição, o destino quis que este fosse um jogo decisivo para o título do FC Porto. “Vejo-os entrar com tudo nos primeiros 20 minutos e, a partir daí, se não marcarem um golo, pode voltar tudo, instalar-se a dúvida, ficarem nervosos e as coisas podem deixar de lhes sair”, sublinhou.

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Desilusão portista pelo empate (1-1), nos Barreiros, que deixou a equipa mais longe do título de 2016/17
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