O Jogo

“Foi a época mais difícil”

A temporada da Fiore ficou marcada pela morte do capitão Astori, que não foi fácil de superar

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Olhando à parte desportiva, Carlos Freitas faz um balanço positivo tanto a nível individual como coletivo, depois de uma grande revolução no plantel viola, que se uniu para superar o luto e a dor

Que balanço faz da última época? —Para todos os que integram este projeto na Fiorentina, 2017/18 foi a época mais difícil das nossas carreiras. Fica marcada por um acontecime­nto trágico que foi a morte de Astori e que marcou todos aqueles que trabalham no clube. O balanço acaba por ser positivo, porque houve sinais muito importante­s, tanto a nível individual como coletivo. Depois da morte do Astori, a equipa passou pela melhor fase da temporada e venceu seis jogos consecutiv­os. Um acontecime­nto que uniu os jogadores? —Vou dar-lhe dois dados objetivos: na primeira volta, a Fiorentina fez 27 pontos, a morte do Astori acontece no dia 4 de março e a equipa fez 30 pontos na segunda volta. Não houve um desfasamen­to tão grande. Mesmo antes deste dia trágico, a equipa já tinha apresentad­o argumentos de que aquilo que estava em embrião poderia dar resultado. Concordo que, a partir daquele acontecime­nto, fomos todos obrigados a apelar a outros valores, valores sentimenta­is, valores humanos, de grande união porque é muito difícil aceitar que alguém de 31 anos, de um dia para o outro, desaparece. O que é que foi feito dentro do grupo para conseguir, de certa forma, digerir essa semana de luto, e voltar a pensar em futebol? — Basicament­e, falámos entre todos e dissemos que a melhor resposta para homenagear a memória daquele que fazia parte do nosso grupo, que era o nosso capitão, era trabalhar da mesma forma e com o mesmo empenho para conseguir os resultados que ele tanto ambicionav­a. Porque, quando foi decidido partirmos para uma mudança radical de plantel na época passada, um dos elementos com quem partilhámo­s essa decisão foi com ele. O Astori era um dos principais entusiasta­s do novo projeto da Fiorentina, da frescura que tinha chegado e do valor individual que tinha com ele todos os dias. É verdade que ele iria renovar o contrato na segunda-feira seguinte. O que é que foi feito agora? —É verdade que tínhamos um acordo praticamen­te feito para prolongar o contrato por mais dois anos. Ele tinha dois e íamos colocar mais dois. Depois do que aconteceu, os proprietár­ios criaram uma forma de ajudar a companheir­a e a filha por largos anos. Qual é o projeto da Fiorentina para a próxima época? —A ideia é manter os elementos mais importante­s e aqueles que foram pilares de uma reconstruç­ão. Vamos reforçar a equipa com mais dois, três elementos novos.

“É difícil de aceitar que alguém de 31 anos, de um dia para o outro, desaparece” “A melhor forma de homenagear a memória do nosso capitão era trabalhar com o mesmo empenho”

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Carlos Freitas realça que Astori era um entusiasta do novo projeto da Fiorentina

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