Um voto por país pela primeira vez
Congresso da FIFA conhece novo método de escolha após os escândalos de corrupção
Portugal deve apoiar a candidatura americana no Congresso da FIFA que reúne hoje em Moscovo e que serve também de indicador para as eleições de junho do próximo ano
O 68.º Congresso da FIFA tem lugar esta manhã em Moscovo comum a agenda carregadae comum último ponto muito importante: decidir sobre a atribuição do Mundial de 2026 entre a candidatura “United” (EUA-México-Canadá) e Marrocos, que pela primeira vez é decidida por voto de todos os 209 países membros da FIFA e tornando-se público em quem votou cada um. Ao que tudo indica, Fernando Gomes, que representa Portugal, votará pela candidatura americana.
Com as mudanças estatutárias que se seguiram aos problemas de corrupção destapados pela investigação do FBI americano, o congresso de Moscovo terá essas novidades. Cada federação terá três hipóteses: votar por uma ou outra das candidaturas e abster-se. Ganha quem atingir a maioria. No caso de ganhar a abstenção, a FIFA tem de reabrir o processo e nenhuma das quatro federações poderia concorrer.
O que se espera, porém, é que haja uma decisão positiva e a candidatura “United” parece mais bem colocada. A “task force” da FIFA que avaliou as duas propostas deu uma nota melhor aos americanos, que estima ganhos para a FIFA de 14 mil milhões de dólares, enquanto os marroquinos falam em 6 mil milhões que, mesmo assim, seriam um recorde para a organização mundial. E os africanos acham que esses 14 MM€ não estão nada demonstrados. Mas os membros da FIFA não têm de escolher a que dá mais dinheiro ou seguir a avaliação feita pela “task force”, uma vez que ambas foram admitidas pelo Conselho da FIFA realizado no domingo passado. Cada federação deve fazer a sua própria análise e pode concluir que seria melhor dar uma oportunidade a África, por exemplo.
Já está decidido que esse Mundial de 2026 terá 48 equipas, mais 16 do que as 32 a tu ais. Apesar de haver uma proposta da CONMEBOL sul-americana para que já no Catar, em 2022, haja 48 seleções, o que à FIFA ganhar maisa muitos países mais pequenos aspirarem a joga rum Mundial, quede outra maneira nunca lá chegarão, a discussão será adiada. Infantino disse há dias que o tema não é urgante mas será debatido antes de começar a qualificação para a prova.
O Congresso vai ter também de se pronunciar sobre as finanças da FIFA, que hoje são uma grande preocupação, sobretudo porque a fatura dos processos judiciais relacionados com a corrupção e com os inquéritos que decorrem nos Estados Unidos pode ser muito elevada. A FIFA tem como grande fonte de receita o Mundial cujos proventos, normalmente, dão para quatro anos. Daí também a recente sondagem de Gianni Infantino junto dos seus colegas do Conselho para um novo modelo de Mundial de clubes com mais equipas e mais receitas, mas em que a organização seria entregue a privados, o que levantou enorme críticas, nomeadamente de Aleksander Ceferin, presidente da UEFA. Hoje esse tema também deve voltar à baila, porque deixou algumas feridas.