G15 chumba travão nos empréstimos
Proposta do FC Porto para evitar desvios às regras foi bloqueada
Corrupção, violência e conduta antidesportiva terão as sanções agravadas, na próxima época: dirigentes podem ficar impedidos de ir aos jogos e o jogo da mala, que já era visado, pode dar perda de pontos
Depois de um campeonato disputado aos berros nas televisões, com acusações, investigações, processos na Justiça e agressões, a Liga reuniuse em Assembleia Geral (AG) extraordinária e apertou a malha disciplinar. Todos os agentes desportivos são visados, nas 17 normas do Regulamento Disciplinar agravadas .“Foram, essencialmente, as normas que têm a ver com violência, corrupção e comportamentosantidesportivos” as visadas, sintetizou Sónia Carneiro,diret ora executiva coordenadora da Liga .“Desde 2015, temos sanções que já aumentaram 200 por cento. Este é um trabalho progressivo que a Liga está a fazer. Em nenhum momento as sociedades desportivas precisaram que fossem terceiros a dizer que era necessário agravar molduras”, defendeu. “Obviamente, não podemos escamotear a realidade e o que se vive à volta do futebol, em Portugal, fez com que tivessem essa responsabilidade”, reconheceu, satisfeita com este exercício de “responsabilidade” dos clubes.
Nem todos, porém, saíram rendidos a esse espírito. O FC Porto, que em dezembro foi contra a alteração das regras para o empréstimo de jogadores – poderão ser cedidos um máximo de seis, um por clube e cada plantel só pode receber três nessa condição – viu chumbada uma proposta para impedir que se contorne a limitação fixada. O espírito foi acolhido pela assembleia, mas, como o regulamento já prevê este aspecto, a formulação será melhorada pela Liga. A oposição à proposta foi encabeçada pelo Benfica e, segundo Pinto da Costa, presidente do FC Porto, o chumbo não é inocente. “Fui contactado por vários clubes do G15 para fazer uma habilidade, que nem cheguei a saber qual era mas permitiria continuar a emprestar mais do que um jogador por clube. Respondi que não e que o FC Porto emprestará um jogador por equipa, conforme o regulamento. Não podem defender o moralismo e depois procurar subterfúgios para contornar a lei”, declarou a O JOGO.
“Fui contactado por clubes do G15 para [...] continuar a emprestar mais do que um jogador por clube”
Pinto da Costa
Presidente do FC Porto