GRANDE BALÃO DE OXIGÉNIO
Jornalistas espanhóis dizem que quem ganha com a saída de Lopetegui é Portugal, primeiro adversário no Mundial
Bernardo Silva entende que os portugueses teriam de estar preocupados se Fernando Santos estivesse para sair
Uns lançam críticas afirmando que o antigo treinador do FC Porto deveria ter alertado o balneário, outros atiramse ao líder da federação, acusando-o de não ter sabido gerir a situação
A contrastar coma se vive no quartel-general da Seleção portuguesa, a Espanha passa por dias complicados antes do confronto ibérico marcado para amanhã, em Socchi. Menos de 24 horas depois de o Real Madrid ter enviado uma autêntica bomba ao anunciar oficialmente a contratação do selecionador espanhol, pagando a cláusula de rescisão de dois milhões de euros, a federação espanhola decidiu despedir Julen Lopetegui. O caos está instalado, garantem os jornalistas espanhóis que acompanham os trabalhos da equipa treinada por Fernando Santos. A Imprensa de Espanha considera que a bomba lançada pelo clube merengue garantiu ainda mais confiança ao campeão europeu. Foi como uma bomba de oxigénio que Portugal recebeu a escassos dias da estreia no Campeonato do Mundo.
Muito crítica com Julen Lopetegui, com o Real Madrid e como presidente da federação, Luis Rubiales, a Imprensa espanhola entende que Portugal sai a ganhar com toda esta confusão. “Foi uma bomba que caiu na seleção espanhola e uma boa notícia para Portugal”, lamentou a O JOGO Alejandro Rodríguez, jornalista da TVE, o canal público espanhol. E nem a substituição imediata com a entrada de Fer- nando Hierro baixou onívelde críticas.
Em Kratovo, no quartel-general da Seleção portuguesa, a Imprensa espanhola admitiu o despedimento do selecionador logo às primeiras horas do dias. Bernardo Silva, o jogador escolhido pela federação para falar aos jornalistas, foi logo bombardeado com perguntas relacionadas com a transferência de Lopetegui para o Real Madrid. Nessa altura, contudo, ainda só se sabia que estava marcada uma conferência de Imprensa em que deviam marcar presença o presidente e o selecionador espanhóis. Por isso mesmo, e porque não se quis intrometer no assunto, o esquerdino tentou fugir à
questão. “Se Fernando Santos estivesse para sair, seria um problema nosso e uma razão para nos preocuparmos e pensarmos nisso. É uma questão da federação e da seleção espanhola, eles é que têm de estar preocupados. Nós só temos de estar preocupa dos com o nosso trabalho para estarmos na máxima força”, vincou o jogador do Manchester City.
E foi já depois de terminar o treino que foi conhecido o despedimento de Julen Lopetegui. E se alguns jornalistas espanhóis consideram que a saída era inevitável, para outros o selecionador devia manter-se por ter a confiança dos jogadores. Por isso, as críticas estendem-se ao presidente da federação espanhola, Luis Rubiales. “O despedimento é um erro histórico e uma decisão precipitada. Mostra a falta de experiência do novo presidente da federação espanhola”, criticou Manu Sainz, jornalista do diário “AS”.