“Devo ao João Mário parte do sucesso”
Acompanhou os últimos meses de João Mário no Inter. Ele disse que não quer voltar a Milão. Porque é que ficou este ambiente entre o João e o clube? —Para mim, o João Mário sempre foi o melhor jogador da formação em Portugal da nossa geração 1993/94. É um grande jogador, mas não se adaptou. O futebol do João é técnico e não gostado contacto. Em Itália, há muito contacto e quando o jogador não começa bem é difícil depois adaptar-se. O valor dele está à vista, fez uma boa segunda parte da época e está no Mundial. Ao João só tenho a agradecer, porque devo-lhe parte do meu sucesso em Milão. Foi quem me meteu juízo quando eu não o tinha, ajudou me a termais paciência quando não a tinha, devo-lhe muito. A ele e ao Dalbert, ao Miranda e ao Éder, que é um amigo que vou levar para a vida inteira. E o André Silva, porque é que não vingou no Milan? — O André Silva é um bom avançado, mas acho que ele também não se adaptou, porque o futebol italiano é um futebol muito difícil de se jogar, ainda por cima para um avançado, porque os defesas lá são maus, muito maus. São maus no bom sentido, são difíceis de ultrapassar, são fortes no contacto, preparados fisicamente. Ele também não gosta muito de contacto. Em Portugal, dão mais espaços.
“João Mário foi quem me meteu juízo quando eu não o tinha”