UM JOGO PARA MARCAR MELHOR AS DIFERENÇAS
ANÁLISE Portugal e Espanha tiveram percursos muito idênticos na fase de qualificação, a somar a outras semelhanças que se tornam num atrativo à parte de comparação
Idades, robustez física e até modelos de comportamento em campo, são vários os pontos em comum entre as duas seleções que hoje se enfrentam em Sochi e há a curiosidade para ver os trunfos que tiram da manga
Os números de Portugal e Espanha na qualificação para este Mundial mostram-nos duas equipas a procurar estabelecer diferenças para lá da fotocópia que representam em termos físicos. Denota-se, no entanto, que aquilo que os adversários proporcionaram entre 2016 e 2017 estará longe de ser o desafio que portugueses e espanhóis terão de enfrentar em Sochi.
Ao conseguirem, ambas, nove vitórias na fase de qualificação, com a Espanha a ceder um empate em Itália e Portugal a começar com uma derrota na Suíça, as duas seleções da Península Ibérica fizeram caminhadas de qualidade rumo à Rússia. Estas vitórias surgiram, na sua maioria, frente a adversários que não têm paralelo, em termos de qualidade, aos que vão encontrar no Mundial, muito menos no frente a frente com que começam a contenda.
Ao longo da qualificação, Portugal foi uma equipa que criou mais situações de golo e rematou bastante mais do que o seu rival espanhol, com 228 tentativas registadas pela análise da RealFevr, acabando por ser os espanhóis a somar mais quatro golos do que o conjunto luso. A grande diferença na consequência dos remates de uma e outra equipa esteve nos bloqueios, o que pode dar a entender, da parte dos espanhóis, um maior critério no momento de procurar o golo. Com 71 remates bloqueados pelas defensivas adversárias, Portugal teve de suar para destruir os muros defensivos que encontrou até chegar à Rússia.
Cristiano Ronaldo demonstrou,
Na fase de qualificação, Ronaldo sobressaiu nas tentativas de remate (70) e marcou 15 golos. Do lado espanhol, David Silva foi o jogador que esteve mais em evidência
na comparação entre as duas seleções, não ter paralelo. Com 70 remates realizados e 15 golos concretizados, distanciou-se sobremaneira de todos os companheiros de equipa, mas também dos rivais espanhóis. André Silva, com nove golos, ainda se aproximou da estrela portuguesa, enquanto David Silva, com 27 remates, foi o jogador espanhol em maior evidência. Destaque-se, no entanto, a produtividade de André Silva e Diego Costa, que acabaram por transformar em golo cerca de 30% dos remates realizados na fase de qualificação.
No que toca ao trabalho defensivo, o equilíbrio demonstrado no número de golos sofridos, três para Espanha e quatro para Portugal, não revela tudo o que se passou nos dez jogos disputados. A Espanha foi a equipa que concedeu mais oportunidades ao adversário e, também, mais remates, mas o número destes que foi enquadrado à baliza espanhola foi menor.
Onde a diferença entre as duas equipas se tornará mais evidente é na forma como aborda o jogo. Ao longo da qualificação, Portugal teve uma média de posse de bola próxima da de Espanha, o que não será previsível para esta partida. Desde logo nota-se que a Espanha apresenta um futebol mais associativo, com um número de passes por jogo superior, estabelecendo-se uma enorme diferença na regularidade com que recorreram aos cruzamentos para a área, com Portugal a somar o dobro dos seus rivais de hoje.
O confronto em solo russo será uma partida para estabelecer diferenças. Onde a qualidade dos portugueses, em competição com um adversário muito poderoso, poderá torná-los bastante mais eficazes nas suas ações, não se podendo menosprezar os eventuais efeitos da saída de Julen Lopetegui da liderança da seleção espanhola.
Goleador: CR& ainda nao marcou golos nos duelos com a selecao espanhola