Fernando Santos “Ronaldo foi quem levantou a equipa”
Convidado a avaliar a estreia de Portugal, numa escala de zero a dez, o selecionador deu nota seis, muito penalizada pela forma como a Seleção deixou a Espanha jogar à vontade
Há muito para melhorar, avisou Fernando Santos, admitindo tornar-se “repetitivo” nos elogios a Cristiano Ronaldo, que ontem, mais uma vez, foi sublime no papel de herói a salvar a Seleção
“Ainda bem que é português!” Exausto pelas emoções de um jogo que o deixou exasperado com a forma como Portugal deixou a Espanha “fazer o que mais gosta” e dar a volta a um resultado que começou por ser de sonho, Fernando Santos admitiu a falta de novos adjetivos para Cristiano Ronaldo. Torna-se “repetitivo” falar dele, desculpou-se, e pegou na história do hat trick à Espanha: “Tem uma capacidade física, técnica e mental impressionanteeissoéquefaz dele o melhor jogador do Mundo. Mais uma vez, mostrou-o. Mesmo quando foi o 2-3, foi ele que puxou a equipa atrás dele, que a levantou e seguiu em frente, sempre absolutamente confiante”.
Começou e acabou em Cristiano Ronaldo o empate que teve momentos de “grande dificuldade”, depois de uns primeiros “15/20 minutos muito bons”. “Permitir a um adversário que tenha espaço e possa circular, obviamente que nos cria muitos problemas”, lamentou. “Temos qualidade, mas há que ter intensidade, também”, sublinhou: “Fui para a cabina e disse isso aos jogadores: era preciso ter bola, ter muito mais intensidade; principalmente, não permitir que a Espanha jogasse com aquela facilidade. Até tínhamoscomeçadobem,acabámos por sofrer um golo numa bola parada, num lance conhecido, mas, pronto, foi um jogo muito intenso e acabou por ser um resultado justo”. No entanto, “há muita coisa a retificar, sobretudo,noaspetodefensivo”, avisou: “Ambos temos jogadores de qualidade. A Espanha não permitiu que os nossos jogadores de qualidade jogassem, tivessem bola, circulassem a bola. Porquê? Porque pressionou sempre, chegou sempre próximo, encurtou espaços, encurtou linhas. Nós permitimos que o adversário jogasse. A gente sabia que a Espanha jogava assim. Era importantenãopermitirmosque o adversário jogasse e jogou fácil nos triângulos laterais. Esse aspeto vamos ter de corrigir. Temos de ter mais intensidade; quando não temos a bola, defender mais perto do adversário e não permitir que jogue, para tirar proveito das nossas características, também”. Ainda assim, Fernando Santos está otimista. “A equipa bateuse, lutou, foi sempre à procura do resultado”, com um adversário “excelente”, o que “foi positivo”. Além disso, o 3-3 remete para o último Europeu, que foi histórico: “A mim, resta-me a esperança forte de que este é um bom arranque, porqueempatámos3-3comaÁustria e seguimos em frente; espero que este 3-3 também traga alguma coisa de muito positivo”.