O Jogo

JÁ VIMOS ESTE FILME

E acabou muito bem

- Joel Neto neto.joel@gmail.com

1 Talvez ainda não tenha sido ontem que Portugal provou ao mundo que é a melhor equipa da Europa, ou sequer que a sua vitória no Europeu de 2016 foi mais do que um milagre. Mas ficou demonstrad­o que Ronaldo é um jogador como não existe (e talvez não tenha existido) outro. E ficou pelo menos insinuado que, neste momento, a seleção que lidera teria de ser tida em

2 conta em qualquer contenda. Portugal não jogou bem. Teve sorte e teve azar, beneficiou e foi beneficiad­o pelos erros da arbitragem, quase ganhou o jogo e quase o perdeu também. No final, jogou menos do que Espanha. Mas tem setenta e sete vidas e só gastou mais uma. Sai com um empate, sai com o favorito do grupo controlado e, mais do que isso, sai com o élan de quem fechou a partida ao ataque. Na entrada em cena no França’2016, empatámos

3 com a Islândia. O jogo frente a Marrocos será decisivo, e o meu medo é que este empate com Espanha, com que não estávamos a contar – desde o sorteio que andamos a fazer contas ao segundo lugar no grupo –, nos faça afrouxar. Nesse sentido, gostei de ver que os jogadores recusaram de imediato o triunfalis­mo e que Fernando Santos não deu à exibição portuguesa mais do que nota 6. Prefiro que ele se agarre a essa

4 ideia e insista nela no balneário. Mesmo assim, e aqui entre nós, temos razões para nos sentirmos entusiasma­dos, e nem todas vêm dessa proverbial resiliênci­a que fundámos em França. Temos do nosso lado o melhor jogador e melhor marcador do Mundial (pelo menos até ver). E, bem feitas as contas, a toda-poderosa Espanha, com ou sem Lopetegui, com ou sem tiki-taka (ou o que se lhe chame quando não se trate do Barcelona), não teve assim tão

5 mais ocasiões de golo do que nós. Sim, vou repeti-lo: para quê o VAR? Para quê?

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