Os espanhóis são bons, nós temos sorte

S e na seleção portuguesa não jogasse Cristiano Ronaldo, Portugal tinha levado três ou quatro dos espanhóis e ninguém estranhava. A seleção de Espanha é bastante melhor que a nossa. Eles são uma das três melhores equipas deste Mundial, as outras duas são a Alemanha e o Brasil. Nós podemos acreditar que fazemos parte de um segundo grupo, onde estão França, Argentina, Bélgica, Inglaterra, entre outros. E, como no futebol não há vencedores antecipados, podemos contar com o fator sorte que nos fez campeões europeus depois de seis empates em sete jogos. Podemos contar com a sorte e com Cristiano que, para ganhar novamente a bola de ouro, precisa de ser o melhor jogador deste campeonato do mundo. E já vimos que ele está com vontade.

É na linha da frente, aliás, que Portugal pode ainda crescer muito. Bernardo Silva e Bruno Fernandes valem muito mais do que mostraram na sexta-feira contra Espanha e Gonçalo Guedes ou joga melhor ou devolve o lugar a André Silva. Só nesta linha Portugal compete com a Espanha, na defesa somos bastante mais fracos e o meio-campo castelhano é um luxo com que não podemos sonhar. Lá estivesse Danilo e Portugal era outra equipa.

Como é com a sorte que temos de contar para chegar às meias-finais ou mesmo à final, convém não abusar dela e fazer o que temos a obrigação de fazer sem a ajuda dos deuses. Por exemplo, ganhar a Marrocos e ao Irão é uma obrigação da seleção portuguesa. E pouco importa saber se vamos ficar em primeiro ou em segundo lugar no grupo B, teremos a obrigação de deixar pelo caminho a Rússia ou o Uruguai nos oitavos de final porque a seguir precisamos da sorte para eliminar França ou Argentina. Com muita, muita sorte, teremos chegado às meias-finais onde devemos apanhar o Brasil ou a Alemanha. Na final, se a sorte nos levar até lá, podemos apanhar outra vez com “nuestros hermanos”. Se este for o nosso destino, ainda acabamos campeões. Eles são bons, mas nós temos muita sorte e... Cristiano Ronaldo.