O Jogo

Um certo romantismo...

Apesar de ter sofrido até à última jornada, o V. Setúbal praticou sempre bom futebol

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Numa certa maneira, José Couceiro é um romântico do futebol. Raramente opta pelo autocarro de dois andares, as suas equipas jogam o jogo pelo jogo. Ele acha que não é romântico, até se considera pragmático, e explica: “Uma equipa que jogue bem está mais próxima de ganhar. Para mim, jogar bem não é jogar o jogo direto. Claro que às vezes temos de jogar em profundida­de, mas não temos que ter como base o jogo direto. E há outra questão. Eu estava no Vitória de Setúbal, que tem uma identidade; não é uma equipa de futebol direto, nunca fez isso, ou quando o fez deu-se mal.”

No Sado, desde sempre, gosta-se de ver bom futebol. O treinador sabe bem onde esteve... “O V. Setúbal tem uma identidade que eu tenho de respeitar. Os adeptos do Vitória não gostam do futebol direto. Houve situações negativas, mas não foi pelo romantismo de que você fala. Olho para o jogo de uma forma até muito pragmática.”

Para Couceiro há só um caminho: “O meu discurso com os jogadores foi sempre muito coerente, porque se nós mudarmos muito o nosso discurso, eles não vão perceber a mensagem da mesma forma. Se mudar constantem­ente, os jogadores também vão deixar de acreditar. O que é jogar melhor? Jogar direto não quer dizer jogar pior, depende dos jogadores que se tem e depende da cultura do clube. Quando entro num clube, procuro saber onde estou, a cultura da cidade, a história, tudo.”

“Se mudamos muito o discurso, os jogadores vão deixar de acreditar no jogo”

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