O Jogo

“Não me surpreende o que se está a passar”

TURBULÊNCI­A Rival de Bruno de Carvalho nas eleições do Sporting, em 2013, Couceiro garante que não vai intervir, apesar de triste com a situação

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O Sporting é um amor que vem desde o berço. É com tristeza que olha para o que se está passar no reino do leão, mas não vai intervir porque diz que, neste momento, não tem condições para o fazer

Carregando um nome de cada um dos avós maternos e paternos, José Júlio de Carvalho Peyroteo Martins Couceiro não esconde a ligação ao clube leonino, que começou em Angola, numa família onde o desporto obrigatóri­o era a natação

Sentiu muito, na formação, a influência familiar do Peyroteo?

—Evitei sempre. Até vir para Portugal, enquanto estive em Angola, sempre fui Peyroteo. Vivia com os meus avós e éra- mos os Peyroteos e eu era o caçu la. Curiosamen­te, quando vim para cá, vim com uma carta de recomendaç­ão do atletismo do Sporting de Luanda, mas não a quis usar.

O que dizia a carta?

—Eu era barreirist­a e saltador. Éramos todos do Sporting e fazíamos várias coisas. Lá em casa só havia uma modalidade que éramos obrigados a fazer. E, curiosamen­te, não é futebol. A única modalidade que éramos obrigados a fazer – e eu também fiz o mesmo com as minhas filhas – era natação. Toda a gente tem de saber nadar. Curiosamen­te, pelo lado dosPey rote os tenhocam peões de natação e dos Couceiros também. A minha irmã foi várias vezes campeã de natação. Depois, fizemos tudo: básquete, andebol, futebol... toda a “Nunca tive pressão, mas quis fazer o meu percurso sem estar associado ao Peyroteo” “Não me espanta o que se está a passar no Sporting, mas não esperava ver algumas situações. Acho que foram excessivas” gente fazia tudo. Nunca senti nenhuma pressão. O meu avô, inclusivam­ente, incentivav­ame a ir ver jogos. Muitas vezes me incentivou a ir ver Humberto Coelho, porque eu jogava a central, para ver o posicionam­ento. Nunca tive pressão, mas desde que passei a futebolist­a quis fazer o meu percurso sem estar associado ao Peyroteo. Depois, há questões familiares e comecei a usar mais o Couceiro, porque até determinad­a altura, e cresci com a família da minha mãe, não usava muito o Couceiro.

Fica triste com a situação atual do Sporting?

—Fico. Acho que todos nós estamos tristes com o que se tem passado. E não só no Sporting. Claro que o ataque à Academia foi a situação mais grave. Mas o que se passou no centro de treino dos árbitros na Maia, o que se passou como V. Guimarães, que também se passou com o Vitória de Setúbal, a uma escala mais pequenina... houve várias cenas ao longo do ano. A morte de um adepto do Sporting numa rixa com o Benfica! Não podemos ignorar o que se está a passar. Não podemos pôr só o foco no Sporting, a situação é muito mais ampla. Na semana passada, houve problemas entre adeptos do Benfica e do Braga por causa de um jogo de futsal. Isto está a ganhar uma proporção que qualquer dia não podemos ir à rua.

Espanta-o o que se está a passar?

—Não me espanta. Algumas situações que se passaram não esperava, acho que foram excessivas. Agora, a mim não me

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